Cristina Kirchner é reeleita com vitória esmagadora na Argentina

A presidente foi reeleita com 53,7% dos votos, após a apuração de 97% das urnas, o maior triunfo desde o retorno da democracia em 1983.





 Vermelho

A presidente argentina, Cristina Kirchner, conquistou uma vitória esmagadora com 53,7% dos votos, após a apuração de 97% das urnas, o maior triunfo desde o retorno da democracia em 1983. A participação popular foi alta, de 77% dos quase 29 milhões de eleitores.

A vitória arrasadora permite a Cristina Kirchner manter a maioria no Senado e recuperar o controle da Câmara dos Deputados, perdido nas legislativas de 2009.

"Convoco a unidade, aprofundando um projeto que ajude a melhorar a vida dos 40 milhões de argentinos", afirmou em um palanque diante da Casa Rosada, diante de uma multidão. Cristina Kirchner é a primeira mulher reeleita na história do país, para um mandato até 2015, e registrou o maior número de votos desde a redemocratização, superior aos 51% de Raúl Alfonsín em 1983.

Quase quatro horas depois do fechamento dos centros de votação, com apenas 15% das urnas apuradas, a presidente se declarou vitoriosa em um discurso diante de seus partidários em um hotel da capital que serviu de quartel general da sua campanha.

Ela dedicou a vitória ao seu marido, ex-presidente Nestor Kirchner, que morreu há um ano.

Eufóricos, militantes peronistas e seus aliados saíram às ruas minutos depois do anúncio da reeleição da mandatária pela TV e começaram a agitar bandeiras e a bater bumbos na Praça de Maio, diante da Casa Rosada, sede do governo.

"Somos a gloriosa Juventude Peronista!", cantavam os manifestantes na praça.

Néstor Kirchner foi quem tirou o país do buraco após a tragédia econômica e social do final do século XX, e renegociou a dívida após o maior ‘default’ da história.

A popularidade de Kirchner é apoiada, segundo analistas, na dinâmica da economia, no consumo e nas exportações agrícolas em um país com uma média de 8% de crescimento do produto interno bruto desde 2003.

Outra política dos Kirchner foi promover os julgamentos por crimes na ditadura (1976-1983) com 244 militares e policiais condenados e outros 800 que aguardam sentença.

Durante sua campanha, Kirchner ressaltou a redução dos níveis de pobreza, que hoje chega a 8,3% (2 milhões de pessoas nas 31 principais cidades do país).

Kirchner já tinha obtido 50,7% dos votos nas primárias obrigatórias de 14 de agosto.

Quase 29 milhões de argentinos estavam habilitados a votar nestas eleições, em que também foram renovados a metade da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e foram eleitos nove governadores. A coligação liderada por Cristina Kirchner ganhou oito dos nove governos provinciais (estaduais) em disputa.

A presidente reeleita agradeceu aos presidentes da América do Sul que telefonaram para dar os parabéns. O primeiro nome que mencionou foi o da presidente Dilma Rousseff. “Quero agradecer o telefonema solidário, amigo, fraternal de Dilma Rousseff – a companheira Dilma”, disse. Cristina reiterou que pretende aprofundar as políticas de integração regional.

A esmagadora vitória de Cristina Kirchner confirma a tendência democrática e progressista na América Latina, onde os povos avançam em sua luta por soberania nacional e pelo aprofundamento da democracia, derrotando os planos neocolonialistas do imperialismo estadunidense e das oligarquias locais.