Crise gerada pela Lava Jato e desinvestimentos da Petrobrás paralisa setor naval

A Lava Jato não destrui apenas o setor de construção no Brasil. A operação arrasou também a indústria naval, um dos setores da economia que mais sofre com os desinvestimentos da Petrobrás. Apenas no estaleiro Mauá, parado desde julho de 2015, são três navios inacabados. Levantamento feito pela Folha mostra que mais três navios, sete sondas, um casco de plataforma e quatro comboios hidroviários (cada um com quatro barcaças e um empurrador) estão também parados em outros estaleiros do país.

Só no estado do Rio de Janeiro, as encomendas interrompidas somam cerca de R$ 20 bilhões. O levantamento foi feito pelo jornalista Nicola Pamplona, em reportagem desta segunda-feira, 03, na Folha de São Paulo. Acesse aqui a íntegra

Além do fechamento de vagas com a suspensão das obras, o desmonte da indústria naval brasileira aumenta o custo de embarcações, que já haviam sido contratadas a preços superiores aos praticados no mercado internacional. “São barcos praticamente prontos e enferrujados”, diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Construção e Reparo Naval (Sinaval), Sérgio Bacci. “Para concluir, vai ter que gastar mais dinheiro”, afirma.

A situação remete à primeira grande falência da indústria naval brasileira, no final dos anos 1980, quando problemas financeiros provocaram paralisações em obras. O último navio entregue naquela época, o Livramento, por exemplo, demorou dez anos para ser construído.

Com informações da Folha de São Paulo