Cresce a pressão pela suspensão do leilão de Libra

FUP

O campo de Libra foi descoberto pela Petrobrás e tem reservas entre 12 e 15 bilhões de barris, um patrimônio estimado em 1 trilhão e 500 bilhões de dólares! Por lei, o governo pode permitir que esse reservatório fique inteiramente com a estatal, mas, em vez disso, quer entregar o tesouro às multinacionais. Para impedir tamanho crime de lesa pátria, mais de 80 movimentos sociais estão exigindo a suspensão do leilão, marcado para o dia 21.

"A área de exploração de Libra não é um bloco, no qual a empresa petrolífera irá procurar petróleo. Libra é um reservatório totalmente conhecido, delimitado e estimado em seu potencial de reservas em barris, faltando apenas cubar o petróleo existente com maior precisão", alertam sindicatos, organizações estudantis, movimentos populares, entre tantas outras representações da sociedade civil organizada em carta enviada à presidenta Dilma.

Na ponta de frente da mobilização nacional contra a entrega de Libra, estão os petroleiros junto com as entidades que integram a Via Campesina, como MAB e MST. Essas últimas semanas foram marcadas por intensa manifestação.  Além de uma acampamento fixo, em Brasília, os petroleiros realizaram greve de 24 horas no aniversário da Petrobrás e uma série de atos e manifestações públicas,  exigindo a suspensão imediata do leilão.

Na segunda-feira, 07, militantes da FUP e dos movimentos sociais ocuparam o Senado durante Sessão Solene em homenagem aos 60 anos da Petrobrás, com cartazes e palavras de ordem contra a entrega de Libra. Na terça-feira, 08, percorreram o eixão de Brasília, cobrando a suspensão do leilão. Petroleiros, estudantes e militantes do MAB saíram do "Acampamento da Soberania", na Esplanada dos Ministérios, e seguiram em passeata até o STF, onde exigiram que os ministros do Supremo se posicionem contra o leilão. De lá, os militantes caminharam até o Palácio do Planalto, cobrando da presidenta Dilma que tenha coragem e impeça a privatização de Libra.

Petroleiros, trabalhadores rurais, estudantes e demais militantes sociais também participaram de uma reunião com a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás e do Pré-Sal. Em carta enviada a todos os candidatos que disputam a presidência nacional do PT, a FUP cobrou que parlamentares, prefeitos e demais lideranças do partido pressionem contra a realização do leilão.

Em São Paulo, a FUP e o Sindipetro Unificado-SP reforçaram a luta contra a privatização do petróleo na manifestação que a CUT e demais centrais sindicais realizaram  na segunda-feira, 07, na capital paulista, durante a Jornada Mundial do Trabalho Decente. Na quinta-feira, 10, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, participou de sessão solene na Câmara dos Vereadores de São Paulo em homenagem aos 60 anos da Petrobrás, onde reiterou os prejuízos que o leilão de Libra trará para o Brasil, caso seja realizado.

Em Curitiba, o Comitê Popular em Defesa do Petróleo, fórum que reúne sindicatos e movimentos sociais, realizou mais uma manifestação em defesa da soberania, na sexta-feira, 11, no Centro de Curitiba. Nesta segunda, 14, uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná discute os impactos do leilão de Libra para o país.

Ainda nesta última semana, um movimento nacional de mulheres brasileiras se manifestou publicamente contra a privatização do petróleo, assinando uma petição pública pela suspensão do leilão de Libra. A jornalista Hildegard Angel encabeça as assinaturas, ao lado da geóloga Maria Augusta Tibiriçá e Gláucia Morelli, presidenta da Confederação das Mulheres do Brasil. Acesse aqui a página e assine a petição.