Depois de 15 dias, chegou ao fim a paralisação dos bancários dos bancos privados, do Banco do Brasil e da Nossa Caixa. Enfim, os trabalhadores do ramo financeiro conseguiram fazer com que a Federação dos Bancos (Fenaban), um dos setores que mais ganha dinheiro no Brasil, apresentasse uma proposta contemplando aumento real e participação nos lucros e resultados atrelada ao lucro e não à variação de crescimento, conforme queiram os banqueiros.
Neste ano, as dificuldades foram ainda maiores, já que os empresários tiveram uma desculpa a mais para tentar evitar a divisão dos lucros que acumularam durante 2008: a crise econômica.
Somente entidades representativas com poder de negociação são capazes de enfrentar uma postura patronal como essa. Caso também dos metalúrgicos do ABC, que precisaram paralisar as fábricas para conquistar 6,53% de reajuste salarial e abono igual a um terço do salário médio.
No final das contas, os aumentos obtidos favorecem tanto trabalhadores como empresários, já que a elevação do poder de compra resulta em aumento da produção e conseqüentemente, dos lucros. Um exemplo é a região do ABC, que deve receber a injeção de R$ 94 bilhões na economia após os acordos firmados pelos metalúrgicos.
Na capital paulista, a Guarda Civil Metropolitana mostrou qual a linguagem que as gestões comandadas por DEM e PSDB entendem, ao conseguir estabelecer uma mesa de negociação permanente, depois de entrar em greve pela primeira vez na história.
Permaneceremos nesse caminho ao lado de nossos sindicatos e agora em defesa da redução da jornada sem redução de salário para que todos possam ter emprego e receber decentemente por colaborar com a formação de um novo Brasil baseado na distribuição de renda.