Itamar, qual é a sua avaliação do ano de 2009 sob a perspectiva das ações sindicais?
Todo final de ano apresentamos para a categoria um jornal de retrospectiva, e sempre me impressiona a quantidade de atividades e lutas que desenvolvemos. O ano de 2009 foi marcado pela retomada das grandes mobilizações da categoria; fizemos uma greve de 7 dias na Replan e outra nacional em um prazo de menos de um mês, em março. O saldo desses movimentos foi a retomada da luta pelo extraturno, com as mobilizações reconquistamos o feriado de 1º de maio e dois dias e meio do Carnaval para todo país, isso não é pouca coisa.
Outra atividade que envolveu os sindicatos e os diretores do Unificado foi a luta pelo pré-sal. Fomos para as ruas angariar assinaturas para o projeto de lei popular e a FUP tomou a dianteira desta bandeira apresentando um projeto dos trabalhadores no Congresso. Nosso projeto, construído junto com o movimento social brasileiro concorre com o projeto do governo, que consideramos insuficiente. Enquanto discutíamos no parlamento, criamos comitês de defesa do petróleo em diversas cidades do Estado.
Além disso avançamos na discussão da PLR e enfrentamos uma campanha reivindicatória difícil. Uma questão emblemática para mim, e que os petroleiros e petroleiras souberam apenas superficialmente, foi a realização da Plenária da FUP em um acampamento do MST, no Paraná. Geralmente, congressos e convenções são feitos em hotéis confortáveis, estávamos ali no meio da terra batida, dormindo em beliches e quartos coletivos, mas foi uma das melhores experiências que tivemos em termos de discussões políticas.
Nossa categoria também se envolveu em diversas questões que vão além dos portões da Petrobrás, como o apoio à luta contra o pedágio na região da Replan e em Mairiporã, apoio às mobilizações dos companheiros sem terra que lutam pela reforma agrária, atividades em conjunto com a CUT pela redução da jornada de trabalho e por investimentos públicos para combater a crise e de apoio à economia solidária. Principalmente no primeiro semestre participamos de diversas manifestações quando empresários queriam reduzir direitos trabalhistas como "solução" para a crise financeira mundial.
Algumas pessoas consideraram que a campanha reivindicatória poderia ser ter obtido melhores resultados.
E para este ano, quais serão as prioridades do movimento sindical?
Queremos, também, atrair mais pessoas para o dia-a-dia do sindicato, ter um trabalho específico com os novos contratados e com os terceirizados buscando formar novas lideranças que darão continuidade à bela história de luta dos petroleiros.
Este ano tem eleição presidencial. Como isso irá impactar as atividades sindicais?