O Brasil volta às ruas neste sábado, 19, em protestos exigindo vacina no braço, auxílio emergencial de R$ 600, comida no prato e “Fora Bolsonaro”. As manifestações também são por mais investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) e por geração de empregos, contra as privatizações e o desmonte dos serviços públicos que está no bojo da Reforma Administrativa. Já tem atos marcados em mais de 400 cidades, incluindo todas as capitais e também cidades no exterior.
As manifestações ocorrem no momento em que o Brasil se aproxima da trágica marca de meio milhão de mortes em decorrência da Covid-19. De acordo com o epidemiologista Pedro Hallal, quatro em cada cinco mortes causadas pela doença poderiam ter sido evitadas se o governo federal tivesse adotado uma política ao menos compatível com a média mundial de ações de prevenção. “Se a gente somar só a negligência do governo federal em comprar na época certa as vacinas da Pfizer e a Coronavac nós estamos falando de 95,5 mil vidas que foram perdidas. Essa é uma parte da equação. Agora eu vou trazer a outra parte da equação […]. No mundo hoje a média de mortes é de 488 pessoas para cada 1 milhão de habitantes. No Brasil é quase 2,3 mil mortes para cada 1 milhão de habitantes. Traduzindo isso para a população […], quatro em cada cinco mortes que aconteceram no Brasil seriam evitadas se o Brasil estivesse na média mundial”, explicou o pesquisador, nesta semana, em entrevista ao programa Estúdio I, da Globonews.
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, ressalta a importância dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás que estejam fora dos grupos de risco se somarem aos atos deste sábado, seguindo todas as recomendações de segurança dos sindicatos e dos movimentos sociais que organizam a mobilização. “Nós temos motivos de sobra para estarmos nas ruas de todo o Brasil. Estaremos nas ruas contra as privatizações, contra a reforma administrativa, por vacina já para todos os brasileiros e brasileiras, por mais emprego, por um auxílio emergencial digno… então, você, meu companheiro e minha companheira, junte-se a nós”, convoca Deyvid, alertando para que os petroleiros participem dos atos protegidos com máscaras e alcool em gel e que respeitem as orientações referentes ao distancimento entre os manifestantes. veja abaixo as recomendações.
#19J: Mais de 400 cidades terão manifestações
Já são 409 atos espalhados por 402 municípios de todas as regiões do Brasil confirmados para as manifestações deste sábado (19), no chamado #19J. O número, atualizado no final da tarde de quinta-feira (17), já é bem maior do que o primeiro ato, do dia 29 de maio, o 29M, realizado em cerca de 220 localidades. Agora no sábado, como daquela vez, movimentos sociais, sindicatos, organizações feministas e da juventude vão às ruas em defesa, principalmente, da vacinação para todos e do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.
A organização das manifestações do #19J reforça a necessidade de respeito às medidas de prevenção contra a pandemia da covid-19. Pede-se distanciamento de 2 metros e o uso de máscara é obrigatório. De preferência PFF2/N95 ou cirúrgica, embaixo de outra máscara, de pano. Sempre bem ajustadas no rosto, sem vazamentos. Caso possível, pede-se que sejam levadas máscaras extras, pra que se possa trocar depois de algumas horas de uso.
A organização alerta também para não compartilhar garrafas de água, alimentos ou qualquer outro objeto pessoal. De preferência, sair de casa alimentado. Não deve haver abraços ou beijos e é necessário o uso frequente de álcool em gel, especialmente quando antes de se levar as mãos aos olhos, boca ou nariz. Não devem participar pessoas com sintoma suspeito de covid-19, teste positivo ou que tiveram contato com pessoas com sintomas ou teste positivo recentemente. Também indica-se, no deslocamento até o ato, dar preferência para transportes com janelas abertas e usar máscara o tempo todo.