O Hospital São Francisco de Americana suspendeu no dia 9 de março o atendimento aos beneficiários da AMS e não comunicou a Petrobrás, antecipadamente, sobre a decisão. Segundo o departamento de relações comerciais do hospital, a medida foi tomada por divergências nos pagamentos de guias médicas. A AMS argumenta que as contas estavam sendo pagas normalmente, levando-se em conta a glosa hospitalar (ajuste de uma cobrança apresentada por um serviço prestado), e que o atendimento do convênio não poderia ter sido interrompido sem aviso prévio de 30 dias, conforme determina a Agência Nacional de Saúde (ANS).
Na semana passada, a direção da Regional Campinas do Unificado recebeu diversas reclamações de petroleiros, que tiveram negado o atendimento médico no hospital de Americana. Alguns deles tinham consultas marcadas há meses e só foram informados que o convênio havia sido suspenso quando chegaram ao hospital. “É uma situação extremamente constrangedora”, afirmou um dos beneficiários, que chegou a ligar na ouvidoria do hospital para reclamar e enviou um e-mail questionando a AMS.
O Sindicato entrou em contato com o Hospital São Francisco e a responsável pelo Departamento de Relações Comerciais, Daniele Abreu, confirmou que o atendimento foi interrompido no dia 9 de março por falta de pagamento e não havia previsão para a retomada do convênio.
“A AMS não está efetivando os pagamentos como deveria. O problema se acentuou a partir de maio do ano passado. O valor vinha acumulando e tentamos, por várias vezes, contato com a AMS a fim de abrir uma negociação, mas sem sucesso”, declarou a funcionária.
De acordo com ela, no dia 7 de abril a Petrobrás fez o pagamento de quase toda a dívida, restando poucas guias pendentes. “Estamos aguardando agora a definição do acerto das pendências que faltam, do reajuste anual, que é estabelecido no mês de maio, e os ajustes necessários na tabela de serviços”, destacou.
A funcionária informou que o problema deve ser resolvido em breve. “Queremos regularizar essa situação o mais rápido possível. Assim que houver um acordo, retomaremos o atendimento. Acredito que falta pouco para que isso aconteça”, disse ela.
Análise das contas
O Sindicato procurou a AMS para esclarecimentos e recebeu a informação de que as pendências estão sendo avaliadas e, por isso, não foram efetuados todos os pagamentos de guias. “Pelo que entendi é um procedimento normal. O hospital envia a conta e é feita uma análise do que está sendo cobrado. Algumas cobranças são questionáveis e ficam pendentes ou são pagas parcialmente”, explicou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.
Para a AMS, segundo o dirigente sindical, nada justifica o hospital deixar de atender o convênio. “Ao menos, deveriam entrar em contato com o beneficiário que tem uma consulta ou cirurgia marcada para informar que o atendimento foi suspenso. É o respeito mínimo que se espera”, afirmou.
Santa Casa de Limeira
Na conversa com o representante da AMS, Marsaioli foi informado ainda que a Santa Casa de Limeira alertou que pretende suspender o atendimento do convênio médico a partir do dia 16 de abril. “O motivo alegado também teria sido a falta de pagamento”, contou.
De acordo com ele, a AMS se comprometeu a conversar com a direção da Santa Casa para chegar a um acordo e evitar a suspensão do convênio. “Assim como acontece no hospital de Americana, em Limeira estamos fazendo os devidos pagamentos e os acertos necessários, tratando a glosa”, declarou o funcionário da AMS ao diretor do Sindicato.
Fonte: Sindipetro Unificado-SP