Os trabalhadores na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entraram em greve por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada em assembleia realizada na manhã de hoje (24). É um protesto contra demissões anunciadas pela montadora, que já começou a enviar telegramas para alguns funcionários, comunicando sobre os cortes.
A Mercedes não fala números de demissões, mas diz ter um excedente de 2 mil empregados na unidade de São Bernardo, aproximadamente 20% de seu efetivo. “Tem companheiros que começaram a receber os telegramas, mas a empresa informou que terá uma segunda parte sem informar quantos serão”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Sérgio Nobre, funcionário da Mercedes e secretário-geral da CUT. “Será um processo forte de luta até que a empresa revogue a decisão e todos os companheiros voltem a trabalhar”, acrescentou.
Na semana passada, depois de dois dias de negociação, a Mercedes não concordou em aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), por considerá-lo insuficiente. A empresa insistiu em proposta apresentada em julho, e rejeitada em assembleia, que previa redução de jornada e salários, diminuição de reajuste já previsto e congelamento de promoções. “Estamos certos de que a adoção do PPE é suficiente”, disse Nobre.
Na GM, greve é encerrada, após suspensão de 798 demissões
Mais de 4 mil funcionários da General Motors (GM), de São José dos Campos (SP), encerraram a greve de 12 dias, após assembleia realizada hoje (24) de manhã. Os metalúrgicos concordaram com a proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região que cancela 798 demissões. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, essa foi uma das maiores paralisações na fábrica nos últimos 20 anos.
Os trabalhadores, que haviam sido demitidos por telegrama no dia 8 de agosto, entram em licença remunerada, retroativa a 10 de agosto. Ficou acertado que, em setembro, esses metalúrgicos entram em lay-off (suspensão do contrato de trabalho) por um período de cinco meses, e recebem o pagamento de indenização adicional de quatro salários ao final do lay-off, caso haja rescisões contratuais.
A proposta inclui ainda antecipar a aposentadoria de um grupo de empregados e adotar um Programa de Desligamento Voluntário. Segundo o TRT, a GM se comprometeu a verificar a possibilidade de alteração do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), a fim de possibilitar o atendimento às aposentadorias especiais. A empresa poderá indenizar os trabalhadores que não desejarem integrar o programa de lay-off, no valor correspondente a cinco meses de desembolso da companhia, mais os quatro salários nominais de indenização.
A GM propôs pagamento de 50% dos dias parados e a compensação dos outros 50%. Durante o período do lay-off, ficam garantidos aos trabalhadores o 13º salário, a participação nos lucros e o reajuste na data-base. A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da GM, que ainda não se pronunciou.
Fonte: Rede Brasil Atual e Agência Brasil de Notícias