Desde de terça-feira, 22, a direção da FUP está reunida em Brasília. A escolha da Capital Federal, mais uma vez, se deu por conta das investidas dos deputados e senadores entreguistas em votar a urgência de mais dois projetos que podem dar a Petrobrás e o pré-sal de bandeija às multinacionais. Trata-se do PLS 6726, do Mendonça Filho (DEM-PE), que acaba com o regime de partilha e, o PLS 555/2015,fruto de dois projetos de lei propostos este ano pelos senadores do PSDB, Tasso Jereissati (o PLS 167) e Aécio Neves (o PLS 343), que visam alterar os estatutos de empresas públicas e sociedades de economia mista para sociedade anônima (S.A.)
Também na terça-feira, dirigentes da FUP e sindicatos participaram de audiência pública no Senado Federal, onde foi debatido o PL 555. Eles reiteraram com veemência que o objetivo do projeto é a privatização generalizada das empresas estatais, a imposição do Estado mínimo e o desmantelamento do serviço público.
Conselho Deliberativo
Ontem, o Conselho Deliberativo da FUP, composto pela direção da Federação e representantes dos seus sindicatos filiados, estiveram reunidos durante todo o dia, avaliando as assembleias realizadas em todas as unidades do Sistema Petrobrás na última semana e traçando estratégias para o movimento da greve nacional dos petroleiros, por tempo indeterminado, que pode começar a qualquer momento.
Uma das deliberações do Conselho foi a intensificação das mobilizações em defesa Petrobrás, portanto, na tarde de hoje, apesar da alta temperatura que assola o Distrito Federal, os petroleiros foram às ruas junto aos militantes do MST, numa grande manifestação que começou na Esplanada dos Ministérios e seguiu até o Congresso Nacional. O recado da categoria foi claro: As tentativas de desmonte e fatiamento da Petrobrás não serão toleradas pelos trabalhadores e, se pra impedir a privatização da maior empresa do Brasil, for preciso realizar uma dura greve com parada de produção como a de 1995, ela será feita.
Pauta pelo Brasil
A manifestação teve a presença de representações do movimento sindical petroleiro de todo o país, que após o ato, conseguiram entregar a Pauta Pelo Brasil ao Secretário Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto. A pauta dos petroleiros já havia sido entregue anteriormente à presidente Dilma Rousseff, no encontro da chefe de estado com os movimentos sociais, também em Brasília.
“É com muita clareza é que expomos aqui a nossa preocupação por conta do processo que tem sido construído dentro da Petrobrás, que é um processo que apresenta um plano de negócios e gestão baseado num brutal corte de investimentos, com possibilidade da venda de ativos. Nós já vivemos isso no passado e não queremos viver de novo. Até porque, no passado, para evitar esse processo nós fizemos uma greve, há vinte anos atrás, em 1995. Agora nós aprovamos nova greve para evitar que esse processo de desmonte se alastre.”, afirmou o coordenador da FUP, José Maria Rangel no gabinete do ministro.
José Maria afirmou ainda que o movimento sindical petroleiro está aberto ao diálogo, principalmente com a Presidência da República. “Nós estamos reitando aqui, neste documento que vou lher passar, o nosso pedido de reunião com a presidente Dilma. Nós queremos discutir a Petrobrás e tudo que for feito nesta empresa, assim como as consequências que possam afetar o povo brasileiro.” enfatizou Rangel.
Fonte: FUP