Contag: Aécio trará arrocho, redução de direitos e criminalização de movimentos

Por identificar dois projetos em disputa no segundo turno, um dos quais nocivo aos trabalhadores e aos movimentos sociais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) divulgou documento em apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT). Segundo a entidade, os brasileiros já demonstraram que querem “manter e ampliar as conquistas que vêm mudando a vida do povo do campo, especialmente os mais pobres”. A entidade, que reúne 27 federações e mais de 4 mil sindicatos, com uma base 15 milhões de trabalhadores, pede a participação de todo o movimento para defender, “de maneira firme e engajada, o projeto que vem mudando positivamente o país”.

Para a Contag, o “projeto liberal de Aécio Neves”, candidato do PSDB, tem como foco econômico a alta dos juros e a redução de investimentos para priorizar o pagamento de dívidas do Estado. “Como no passado, esta política levará ao crescimento do desemprego, a redução de direitos trabalhistas e previdenciários, ao arrocho salarial e achatamento do salário mínimo, redução da capacidade de consumo interno, diminuição do crédito e enfraquecimento das políticas de proteção social”. Além disso, acrescenta, ” impedirá o avanço de conquistas importantes como a política de valorização do salário mínimo, o pleno emprego e a execução de programas como o Bolsa Família, Universidade para Todos, Minha Casa, Minha Vida, dentre outros que poderão ser extintos ou reduzidos, afetando negativamente os trabalhadores e trabalhadoras”.

A confederação aponta como característica do projeto tucano o chamado Estado mínimo, “que significa o enfraquecimento das instituições públicas”. Uma possível consequência de um governo Aécio seria “a extinção de ministérios estratégicos para os trabalhadores e trabalhadoras”. E ainda cita órgãos como Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Incra, Secretaria de Políticas para as Mulheres, Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e Secretaria Especial da Juventude.

A Contag avalia que o fim do MDA, por exemplo, concentrará todas as políticas para o campo na pasta da Agricultura, como antes, sem “reconhecimento e ações específicas para a agricultura familiar e a reforma agrária”. As mudanças também ameaçariam o Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e outros planos voltados para a produção rural e a alimentação.

“Não aceitamos a volta ao passado e não retornaremos ao Brasil da recessão, criminalização da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, repressão às organizações, redução de direitos e da exclusão social”, afirma a Contag. “Defendemos o projeto de governo representado por Dilma Rousseff porque queremos assegurar as conquistas alcançadas até aqui, especialmente aquelas asseguradas pela opção política de combater a pobreza e fazer inclusão social que retirou da miséria mais de 36 milhões de pessoas.  Manteremos nossa luta para ampliar nossos direitos e garantir mais políticas que dinamizem o desenvolvimento rural sustentável e solidário, consolidando o campo como espaço onde as pessoas trabalhem, produzam e reproduzam qualidade de vida, valorizando a natureza e o patrimônio cultural e social, fortalecendo a organização, a democracia e a justiça no meio rural.”

Fonte: Rede Brasil Atual