Uma das mesas de debates que mais atraiu a atenção dos participantes do 58º CONEG…
EstudanteNet
Uma das mesas de debates que mais atraiu a atenção dos participantes do 58º CONEG (Conselho Nacional dos Estudantes) foi realizada nesta sexta-feira, 23, e teve como tema central a sustentabilidade ambiental. A adesão foi tão grande que lideranças estudantis todo o país tiveram que “se espremer” em uma das salas de aula da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) para participar da discussão.
O ex-senador João Capiberibe, considerado um dos ícones da esquerda brasileira, participou do encontro e lembrou que “as consequências do aquecimento global estão aí. A crise ambiental não vai retroagir. É hora de lutar com todas as forças”.
Com a recém-descoberta do Pré-Sal, a campanha por uma nova lei do petróleo concentrou as discussões. Para o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, Emmanuel Cansella, “em muitos momentos da História vimos nossas riquezas irem embora. Foi assim com o pau-brasil, o ouro e a cana-de-açúcar. Não podemos deixar acontecer de novo com o petróleo”.
Uma das bandeiras da UNE é a retomada do monopólio estatal sobre a exploração do petróleo com destinação de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação. Para o presidente da UNE, Augusto Chagas, “a exploração do Pré-Sal tem que ser feita pensando que essa riqueza um dia vai acabar”.
Robson Leite, chefe de gabinete da presidência da Petrobrás Biocombustível, elogiou o evento da UNE. “Hoje no Brasil há uma ausência de debates na sociedade civil. A construção de um país passa pelos movimentos sociais. O protagonista dessa história é a juventude que mostra a cara, que toma as ruas”, disse.
A presidente da União Estadual de Estudantes do Amazonas (UEE-AM), Maria das Neves, chamou a atenção para outra riqueza do Brasil, a Amazônia. “No Amazonas conseguimos manter 98% da floresta preservada graças a nossa base econômica que não é o extrativismo, mas a Zona Franca de Manaus”.
A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio criada em 1967 com o objetivo de formar um parque industrial e comercial para permitir o desenvolvimento da Amazônia. Na época a região, por seu afastamento dos grandes centros de consumo do país, não conseguia desenvolver atividades industriais.
Os participantes também defenderam o fortalecimento da agricultura familiar e o investimento em energias alternativas.