Conheça os vencedores do 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre

Maria da Penha, Rosalina Santa Cruz, Frei Beto, MST e D. Pedro Casaldáliga foram os mais votados pelo público; Lula foi o escolhido pela comissão organizadora do prêmio





CUT por: Marize Muniz

A 1ª edição do Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre já tem os vencedores. Os mais votados pelo público nas cinco primeiras categorias do prêmio foram: Maria da Penha, Rosalina Santa Cruz, Frei Beto, D. Pedro Casaldáliga e o MST. 

O ex-presidente Lula foi o escolhido para ser homenageado na 6ª categoria – “Personalidade de Destaque na Luta por Democracia e Liberdade”. A escolha foi pela Executiva da CUT com a colaboração de um grupo de parceiros, que também indicou os candidatos que concorreram nas outras categorias.

A cerimônia de entrega do prêmio será realizada no dia 13 de dezembro, às 19h30, no TUCA (Teatro da Universidade Católica), em São Paulo. Os premiados receberão o troféu símbolo do prêmio, criado pelo artista plástico Elifas Andreato.

Na ocasião, também serão homenageados os blogueiros progressitas e as quatro pessoas que colaboraram com a CUT na definição dos candidatos:  Denise Fon (jornalista, anistiada política e membro do Grupo Tortura Nunca Mais), Emir Sader (sociólogo), José Dirceu (advogado, ex-deputado federal, ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente da União Estadual dos Estudantes), e Rildo Marques (diretor do Movimento Nacional de Direitos Humanos e membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana/SP).

Os mestres de cerimônia serão os atores Paulo Betti e Ester Goes. O músico Wagner Tiso fará o show de abertura do evento, que terá também a participação do Teatro Popular União e Olho Vivo.

Saiba mais sobre os vencedores do 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre

Categoria 1 – Personalidade de destaque na luta pela Redemocratização do Brasil:

ROSALINA DE SANTA CRUZ

Rosalina é Assistente Social e professora doutora da Faculdade de Serviço Social da PUC/SP. Feminista, atuou desde a década de 1970 no Movimento de Mulheres. Foi uma das editoras do Jornal Brasil Mulher. Foi presa política no período da ditadura militar e seu irmão, Fernando, é um dos desaparecidos políticos daquela época. Ela integrou a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Depois, engajou-se na luta pela Anistia, sendo uma das ativistas do Comitê Brasileiro pela Anistia. Participou das lutas em defesa da LOAS (Lei da Assistência Social) e do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Categoria 2 – Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos:

FREI BETTO

Frei dominicano e autor de 54 livros editados no Brasil e no exterior, Frei Betto é militante de movimentos sociais pelos direitos humanos na América Latina. Foi preso político da ditadura militar. Foi assessor especial do presidente Lula e coordenador da Mobilização Social do Programa Fome Zero.  Foi coordenador da Anampos (Articulação Nacional dos Movimentos Populares e Sindicais) e participou da fundação da CUT e da Central de Movimentos Populares. Assessorou o MST, Comunidades Eclesiais de Base e Pastoral Operária do ABC, entre outras organizações.  É membro do conselho consultivo da Comissão Justiça e Paz de São Paulo.Nos últimos anos, recebeu 15 prêmios no Brasil e no exterior por sua luta incansável em prol dos Direitos Humanos.

Categoria 3 – Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores

MARIA DA PENHA

A cearense Maria da Penha é Farmacêutica e símbolo do combate à violência doméstica no Brasil. Em 1983, foi vítima de violência doméstica por parte de seu marido, que lhe desferiu um tiro nas costas enquanto dormia, deixando-a paraplégica. Lutou por justiça por quase 20 anos e, não obtendo resposta, denunciou o Brasil na Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Isso resultou na condenação internacional do nosso país.  Como decorrência de sua luta, foi criada a lei 11.340/06 – Lei Maria da Penha – de punição à violência contra a mulher, em vigor desde 2006.

Categoria 4 – Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça no Campo

DOM PEDRO CASALDÁLIGA

Espanhol radicado no Brasil desde 1968, Dom Pedro Casaldáliga é bispo emérito de São Félix do Araguaia (Mato Grosso). Por sua postura em defesa dos direitos humanos, foi alvo de perseguição pela ditadura militar e recebeu inúmeras ameaças de morte, por apoiar trabalhadores rurais e a luta pela reforma agrária. O bispo também é um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Categoria 5 – Instituição de destaque na luta por Democracia e Liberdade

MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST)

O Movimento dos Sem Terra foi criado em 1984, com o objetivo de intensificar a luta pela reforma agrária no Brasil e buscar a justiça no campo. O Movimento pretende que o país adote medidas contra a concentração fundiária, garantindo a inclusão social dos trabalhadores no campo.

Categoria 6 – Personalidade de destaque na luta por Democracia e Liberdade (escolhida pela CUT com colaboradores do Prêmio)

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Referência para os movimentos sindical e social, Lula é uma das mais importantes referências para a história recente do Brasil. Líder metalúrgico, na década de 1970 esteve à frente das greves que desafiaram o regime militar no ABC paulista e que mudaram o sindicalismo no país. Fundou o Partido dos Trabalhadores e foi um dos principais articuladores para a fundação da Central Única dos Trabalhadores. Foi eleito deputado Constituinte em 1986. Elegeu-se presidente da República em 2002, cargo para o qual foi reeleito em 2006. Em seus oito anos de mandato, promoveu profundas mudanças no Brasil, conciliando o desenvolvimento econômico com o social, que tirou milhões de cidadãos da condição da miséria. Hoje Lula é referência mundial em programas sociais, como o de combate à fome e à miséria, e carrega a marca de ter sido o presidente com maior aprovação da história do país.

O Prêmio

O objetivo do Prêmio CUT é homenagear personalidades e entidades que lutaram pela redemocratização do Brasil durante a ditadura militar de 64-85 e também as que lutam para aperfeiçoar o regime democrático brasileiro, defendendo o exercício da liberdade.

A história do Prêmio

No dia 13 de dezembro do ano passado, após o retrocesso nos debates políticos da última campanha eleitoral, com ataques aos direitos individuais dos brasileiros: discriminação contra união de pessoas do mesmo sexo e aborto, só para ficar em dois temas polêmicos -, a CUT realizou o ato Democracia e Liberdade Sempre, no Rio de Janeiro.

A data é simbólica. No dia 13 de dezembro de 1968 os brasileiros foram surpreendidos com um dos maiores atentos à liberdade individual e coletiva de toda a história do País. 

A junta militar que governava o país com mãos de ferro desde o golpe de 1964, suspendendo as eleições direitas para o cargo máximo da nação – a presidência da república – instituiu neste dia o Ato Institucional 5. O AI-5 deu ao general presidente da República poderes para cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, demitir ou aposentar juízes e outros funcionários públicos, suspender os habeas corpus em crimes contra a segurança nacional e legislar por decreto, ampliando os instrumentos de repressão da ditadura militar.  

A mobilização popular trouxe de volta ao Brasil o espírito da liberdade, contribuindo decisivamente para a redemocratização do País. A democracia é uma ferramenta que facilita a preservação do estado de liberdade, mas a sociedade civil organizada precisa se manter alerta na defesa permanente desse direito.  

 Foi com esse espírito que a CUT realizou, no ano passado, o Ato Democracia e Liberdade Sempre, e é com este espírito que a CUT decidiu realizar a cada dois anos um evento de premiação em homenagem aos brasileiros e às brasileiras que lutaram e continuam lutando em defesa da democracia.

 Com este prêmio, a CUT reafirma o princípio que rege a central desde a sua criação: a luta pela democracia e liberdade sempre.