[Da imprensa do Sindipetro Unificado SP]
Após três dias de debates, o 1º Congresso Unificado de Sindicatos de Petroleiros de São Paulo e de Pernambuco e Paraíba terminou na tarde deste sábado (27) com a definição das delegações que irão defender no Confup (Congresso Nacional da FUP – Federação Única dos Petroleiros), a pauta de luta indicada durante o encontro.
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As bandeiras aprovadas por aclamação durante o evento que ocorreu por meio digital devido à pandemia de covid-19, foram a anistia dos trabalhadores punidos na greve de 2019 e na de 2020, a luta contra a privatização do sistema Petrobrás e da AMS, a manutenção de uma mesa única para todo o sistema Petrobrás (incluindo subsidiárias, aposentados e pensionistas), o apoio à resolução do Encontro Nacional de Petroleiras da FUP e a garantia de liberdade e autonomia sindical. Nesse último item está incluída o respeito à escolha dos trabalhadores em relação à representação sindical de cada base.
A preocupação com a venda de Petrobrás norteou muitas das discussões. O debate que tratou da AMS (Assistência Multidisciplinar de Saúde) apresentou uma prévia de qual estratégia a companhia utilizará.
“A ideia é criar uma associação e transformar a AMS num plano de saúde muito parecido com o do mercado, acabar com benefícios indiretos para preparar para processo de venda, para que quem compre não tenha de arcar com esse direito e a companhia, assim, se torne mais atrativa”, disse o diretor aposentado do Unificado Carlos Cotia.
O último dia de congresso discutiu ainda pontos da campanha reivindicatória como reajuste salarial e dos benefícios, atualização, subtração e inserção de cláusulas, banco de horas, efetivo e HETT. Além do tele trabalho, tema que ganhou destaque com o crescimento do home office por conta do coronavírus.
Para o coordenador do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, Juliano Deptula, a categoria mostrou grande consciência ao compreender as limitações que serão enfrentadas na discussão do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) deste ano.
“Percebemos o esclarecimento que a categoria tem em relação às dificuldades de enfrentamento do acordo coletivo, não só pelo momento desfavorável para avançar, mas também para resistir e forma uma frente que se fortaleça diante dos ataques que estão por vir”, avaliou.
Coordenador do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba, Rogério Almeida, destacou que a troca de experiências entre petroleiros de duas regiões tão distantes enriqueceu a luta de toda a categoria.
“Foi uma boa troca de experiência com os petroleiros de São Paulo e também uma oportunidade para que conheçam a situação que bate à nossa porta, com a venda da refinaria de Abreu e Lima e o Porto de Suape. Porque não é algo isolado de Pernambuco, mas uma estratégia de ataque deste governo que virá em grande escala, mas que começa comendo pelas beiradas”, alertou.