O 12º Congresso da CUT reúne desde terça-feira, 13, em São Paulo, 2.461 delegados de todo o Brasil e 208 representantes de 72 países, em meio a uma conjuntura política extremamente acirrada, em que os setores reacionários pressionam pelo retrocesso e têm ampla presença na mídia, no Judiciário e no Poder Legislativo. O congresso foi aberto com um discurso contundente da presidente Dilma Rousseff, que rechaçou as tentativas de golpe contra o seu governo.
“Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?”, desafiou a presidente, alertando que, além da democracia brasileira, o que está em risco é o projeto que ela representa. “Eu represento a soberania nacional do pré-sal, a defesa dos 30% e do conteúdo nacional, o mais longo período de distribuição de renda, de inclusão social e de redução das desigualdades”, afirmou Dilma.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, que deverá ser reeleito para mais um mandato, criticou o ajuste fiscal, cujo receituário neoliberal de cortes e redução de investimentos não deu certo em nenhum país onde foi aplicado, e reiterou que a classe trabalhadora está pronta para enfrentar os golpistas e também para impedir ataques a direitos e conquistas. O 12º Concut contou ainda com a participação do ex-presidente Lula e do atual senador e ex-presidente do Uruguai, Jose Pepe Mujica.
O Congresso termina nesta sexta-feira, 15, com a eleição da nova diretoria, que pela primeira vez na história, terá paridade entre homens e mulheres. Os delegados também aprovarão uma proposta de política econômica desenvolvimentista que será encaminhada à presidente Dilma.