Compromissos com o povo para a soberania energética

Na manhã desta segunda-feira (20), teve início em São Paulo o Seminário Nacional “Compromissos com o povo brasileiro para a Soberania Energética”, uma construção da Plataforma Operária e Camponesa da Energia e da Água e (POCEA), que visa debater e ampliar propostas populares para o brasil nos temas da energia e da água, visando a construção da soberania do povo brasileiro e a superação do momento de ataques aos direitos, encarecimento da vida do povo brasileiro e desmonte dos nossos setores de petróleo, energia, saneamento, educação e saúde.

A Plataforma é uma construção conjunta de trabalhadores e trabalhadoras dos ramos do petróleo, eletricidade, saneamento, educação, camponeses, professores, atingidos por barragens, jovens, engenheiros, entre outros. Há anos as organizações sindicais e populares vem formulando propostas e saídas para a construção da soberania nestes temas. No Seminário estão sendo debatidos 13 pontos já sistematizados, que envolvem temas estratégicos em torno da água e energia.

A atividade foi iniciada com uma homenagem aos 7 militantes dos movimentos sociais que estão já há 21 dias em greve de fome, na porta do STF, pressionando para que a Justiça tome a decisão certa para que o Brasil retome uma construção que não permita a volta da miséria, da fome, desemprego que tem assolado o povo brasileiro desde o início do golpe ainda em curso. Esta garantia passa por garantir a participação de Lula nas eleições, a superação do golpe e a retomada de uma construção soberana do Brasil.  

O Golpe e a questão energética

Num primeiro momento foram debatidas as questões do setor elétrico no Brasil. As analises partiram do entendimento que a questão energética é um dos elementos que fundamentaram o golpe em curso no Brasil. Nas palavras de Luis Pinguelli Rosa, professor da UFRJ e Ex-presidente da Eletrobrás, “o golpe não foi dado em função dos equívocos cometidos pelos governos Lula e Dilma no setor elétrico, ele foi dado em função dos acertos: inclusão da população no acesso à energia, frear o processo de privatização do setor elétrico, a não submissão da energia às regras do mercado, dentre outras medidas, “ Estes acertos foram respondidos pelo capital privado e os “interesses de Washington” com o golpe e a insistente tentativa de privatizar e garantir os lucros exorbitantes as transnacionais da energia.

“As medidas tomadas no setor elétrico nos últimos dois anos visam entregar tudo à qualquer custo, através da privatização do setor elétrico”, Afirma Fabiola, do Coleti. As partes do setor elétrico já leiloadas e vendidas e a preocupação com as tentativas de privatizar o Sistema Eletrobrás e as distribuidoras são o foco da resistência das organizações porque atentam contra a soberania brasileira. “A experiência de privatização da CELG (Centrais Elétricas de Goiás) em 2017 é um exemplo do quão ruim pode ser esta medida: piorou todos os indicadores de qualidade do serviço de energia, reduziu as condições de trabalho dos trabalhadores e aumentou a tarifa paga pela população acima da inflação”, completa Fabíola.

O povo, as eleições e um projeto para a Energia

As eleições de 2018, colocam a disputa de projetos de país de forma mais clara e demarcada.No debate da energia, isto fica muito claro, a continuidade da logica privatista e de mercado, continuando o entreguismo do Golpe e Temer ou um novo projeto que tenha no centro o povo, a soberania e o desenvolvimento do país. “Os detalhes técnicos devem ser tornados públicos. Os impacto ambientais e sociais das usinas na vida das populações atingidas, devem ser tornados públicos. O desenvolvimento industrial da indústria da energia (solar, eólica, hidroelétrica). Devem ser colocadas como questões neste momento eleitoral.”, enfatiza Pinguelli

Estes debates devem ser encarados não só por técnicos, mas pelo conjunto do povo Brasileiro, que deve ser protagonistas da construção do próprio país. “O recuo do Congresso Nacional sobre a privatização da Eletrobrás, só foi possível quando os deputados perceberam que esta não é uma luta apenas dos eletricitários, mas que a juventude, os camponeses, atingidos por barragens também estão nesta luta, mostrando que isto é relevante pra toda a população Brasileira” exemplifica a representante Eletricitária.

Para o conjunto da Plataforma, um projeto energético protagonizado pelo povo e que garanta soberania e desenvolvimento para o brasil, passa necessariamente por um modelo elétrico que garanta: “Ampliar o controle do estado sobre as tarifas; fortalecer as empresas estatais e reestatizar o que já foi privatizado; ampliar a industrialização para a produção dos bens usados pelo sistema elétrico brasileiro; estatizar o Operador Nacional do Sistema; Garantir os direitos das populações atingidas.”, nas palavras de Fabíola.

Ato Político

O debate continua na tarde do dia 20, e as 16h vai iniciar o Ato Político, que contará com a participação de Luiz Marinho, candidato ao governo do estado de São Paulo e Fernando Haddad, candidato a vice-presidente e representante de Lula.

SERVIÇO                                                         

Seminário e Ato Político “Compromissos com o Povo Brasileiro para a Soberania Energética”

Hora: 16H

Local: APEOESP – Praça da República, 282, São Paulo – SP

 

Via Movimento dos Atingidos por Barragens