Frente parlamentar em defesa da Petrobras é lançada em Curitiba

Uma frente parlamentar em defesa da Petrobras foi anunciada na última quinta-feira (10), em audiência pública na Câmara Municipal de Curitiba. A iniciativa é da vereadora Professora Josete (PT) e se alinha às demais frentes lançadas em âmbito nacional, estadual e municipal pelo Brasil, que buscam mobilizar a sociedade para a preservação do patrimônio e das funções da empresa responsável por 13% do PIB nacional.

Segundo o estatuto da Frente, ela terá como objetivo “promover debates, estudos e campanhas, visando a aprimoramento da legislação e o fortalecimento da Petrobras enquanto empresa pública”. Já assinam o documento os vereadores Paulo Salamuni (PV), Pedro Paulo (PT), Jonny Stica (PT) e Helio Wirbinski (PPS). Segundo o mandato da vereadora Josete, o comprometimento de outros parlamentares irá garantir o quorum mínimo para constituição da proposta, que será protocolada na próxima semana na Câmara.

A Frente está articulada com a proposta dos sindicatos e movimentos sociais para a discussão do tema. “Precisamos avançar numa frente social para além da frente parlamentar para que possamos ocupar as ruas também”, defendeu o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Robson Fórmica, anunciando seminário de articulação estadual com outros setores para os dias 2 e 3 de outubro em Curitiba.

Além dos vereadores, participaram do debate diversos sindicatos, movimentos sociais, estudantes secundaristas e universitários, conselhos de saúde e representantes da sociedade civil em geral.

Interesses privados

Entre as informações destacadas durante a audiência pública estava a de que o Brasil está no ranking das 15 maiores reservas mundiais de petróleo, segundo dados da OPEP de 2013. Mario Adalberto Dal Zot, presidente do Sindipetro, explicou que, além disso, a Petrobras é a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, gerando 800 mil barris diários e alcançando uma tecnologia de ponta que garante a capacidade de exploração deste recurso a mais de sete mil metros de profundidade. 

Para Dal Zot, a campanha diária da mídia e de outras frentes políticas e empresariais tenta desestabilizar a empresa em favor de interesses privados e internacionais. É o caso do Projeto de Lei 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB), que pretende retirar a obrigatoriedade de a Petrobrás ser a operadora única do Pré-Sal, descoberto há nove anos pela empresa.

A Operação Lava-Jato também foi tema da tarde de quinta-feira. O Secretario de Formação Sindical da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Castello, reclamou do fato de a Petrobrás ser o maior alvo de ataques, sendo que a operação envolve um quadro de 51 mil empresas ao todo, ligadas a 23 empreiteiras. “Defender a Petrobrás não é defender a corrupção. As investigações devem ir a diante e que os culpados paguem por isso”, reforçou Catellano. 

Educação

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) Hermes Silva Leão também afirmou que a Petrobrás está sendo atacada por interesses internacionais e de grandes capitais financeiros, que se sobrepõem ao interesse público. A forma de partilha e a criação d e um fundo soberano com destinação de recursos para a educação são apontadas como fundamentais para a melhora da educação pública no Brasil.

Para avançar na luta em defesa da Petrobras, Leão reforça que “enfrentar o tema da corrupção, que é estrutural e histórico, é também tarefa nossa, para que façamos o debate completo”. E o avanço do controle social é uma das saídas para este problema, segundo ele.

Fonte: Brasil de Fato