UNE retoma sua história e estará nas ruas, em defesa da Petrobras

Junto com outros milhares de brasileiros em todos os pontos do país, a União Nacional dos Estudantes (UNE) estará nas ruas ruas amanhã defender o Brasil. Na companhia de outros movimentos populares e democráticos os estudantes ocuparão as cidades do país para reafirmar suas pautas e participar do esforço conjunto na defesa da democracia.

Para entender melhor o papel do jovem no atual e delicado momento que o Brasil vive , conversamos com o diretor de comunicação da UNE, Thiago José, que nos contou as principais reivindicações dos estudantes e a histórica luta da entidade em defesa da Petrobras.

A agenda das manifestações de amanhã, que é também a pauta que os estudantes às ruas nesta 6ª feira, gira em torno de três eixos principais: a defesa dos direitos dos trabalhadores, da Petrobras, da democracia e reforma política. Amanhã o movimento estudantil sustentará nas ruas essas três bandeiras que Thiago José resume como o “DNA da UNE e do movimento estudantil”.

Petrobras, democracia e reforma política

A expressão foi escolhida de propósito pelo diretor  de comunicação da UNE para mostrar que essas não são pautas passageiras para o movimento estudantil. Os três eixos estiveram sempre presentes na luta dos estudantes e agora é hora de relembrar todo o país disso – a entidade estava nas ruas na defesa da criação da Petrobras, já início dos anos 50.

Defender a Petrobras tem sido tarefa dos estudantes desde a criação da empresa. A Petrobras é um patrimônio do povo brasileiro, conquistada com muita mobilização do conjunto da sociedade. Os estudantes, em especial, têm uma relação histórica com a empresa.  ”A defesa da Petrobras acontece desde sua criação e é maior. Na década de 1950, no período de descoberta do petróleo no Brasil, a UNE foi decisiva na campanha “O Petróleo é nosso!”.  Estivemos lá quando  a empresa precisou ser defendida dos neoliberais. Não deixamos a “Petrobrax” existir,” lembrou José.

Nos anos de governos neoliberais de FHC (1994-2002) os tucanos no auge do processo de privatização que promoveram (também chamado por muitos de privataria) , de liquidação do patrimônio nacional propuseram a mudança do nome da Petrobras para Petrobrax porque dentre outras razões, isso facilitaria a privatização da empresa. A resistência da oposição (PT) e  de entidades populares como a UNE impediu que eles conseguissem privatizar a estatal.

UNE é parceira na defesa da estatal desde criação da empresa no início dos anos 50

sMais recentemente, a UNE também teve um importante papel na luta por um novo marco regulaltório de exploração, que consolidou o modelo de partilha e elevou a Petrobras à condição de operadora única dos novos poços do pré-sal. “Pela primeira vez na história estamos vendo o petróleo ser vinculado à riqueza do Brasil, a um projeto de nação de um Brasil mais desenvolvido socialmente e humanamente”, ressaltou Thiago José. 

Outro compromisso a ser ratificado amanhã será o dos estudantes em defesa democracia. “A UNE  refuta qualquer hipótese ou espaço de autoritarismo ou de ação antidemocrática”,  disse o diretor enfático contra as tentativas dos setores conservadores aliado a grande imprensa, de questionar o mandato da presidenta Dilma.

Mas a pauta que, tudo indica, mais mobiliza a UNE e o movimento estudantil é a necessidade da reforma política como ferramenta de aprofundamento da democracia. Por isso, a questão também será levada às ruas pela UNE . O movimento estudantil sairá contra a proposta de reforma política em tramitação no Congresso Nacional e sustentará a bandeira do fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.

Papel do jovem na defesa da Petrobras

O engajamento dos estudantes na defesa da estatal está também diretamente relacionada à conquista da destinação de 75% do royalties do pré-sal para educação. O movimento reconhece que a destinação, assinada pela presidenta Dilma Rousseff,  é extremamente  importante para os jovens brasileiros. O dinheiro, destinada ao ensino fundamental médio e superior e para erradicação do analfabetismo, tem o poder de mudar a realidade do país.

Alem disso, ressalta  Thiago José, que não podemos esquecer que ser estudante é uma condição e fase transitória e a Petrobras cumpre um papel importante para a perspectiva de futuro do jovem brasileiro. “Nos últimos anos, através da política de conteúdo nacional, a Petrobras fortaleceu sua cadeia produtiva, seja no setor naval, seja no petroquímico, e vem gerando milhões de empregos. Não podemos deixar que ameacem essa cadeia produtiva que dá perspectiva aos jovens”.

Fonte: UNE e Blog do Zé Dirceu