No último dia 21, a Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz) realizou uma visita técnica à Rlam, na Bahia, onde há vários casos de contaminação por benzeno. A Comissão constatou uma série de irregularidades e ficou estarrecida com o sucateamento dos equipamentos e a grave situação de risco dos trabalhadores.
Ficou claro o descaso, a negligência e a omissão dos gestores com a saúde e segurança dos petroleiros, o que demonstra que o Acordo Nacional do Benzeno não é cumprido na refinaria. A CNPBz confirmou as denúncias e relatos dos representantes dos trabalhadores na última reunião da Comissão e cobrou que a Rlam apresente em até 45 dias um plano de ação para resolver cada um dos 32 pontos emergenciais levantados pelo Grupo de Trabalhadores do Benzeno (GTB).
Entre as principais denúncias feitas pelo GTB e comprovadas pelos integrantes da Comissão estão coleta de amostras em sistemas abertos com emanação de vapores orgânicos e benzeno para a atmosfera; drenagem de equipamentos com produtos contendo benzeno diretamente para o chão, diques e canaletas abertas; vazamento de benzeno em válvulas, flanges, amostradores e selos de bombas; grande vazamento de hexano em um adsorvedor; falta de controle médico e de avaliação da higiene em relação aos empregados terceirizados; não registro de avaliações em emergências ambientais; não reconhecimento dos casos de benzenismo na refinaria; terceirização de todo efetivo da higiene ocupacional para uma presumível manipulação dos resultados das avaliações ambientais; dentre outros.
A Rlam teve dois grandes vazamentos de benzeno recentemente, que contaminaram trabalhadores, um deles diagnosticado com leucemia. O GTB tem vários relatos de contaminação na Rlam e tornou a frisar que a exposição ao benzeno é um dos principais fatores de doenças ocupacionais na unidade.