Nesta sexta-feira, 01, a Comissão de SMS, prevista no ACT, se reuniu com a Petrobrás para cobrar algumas pendências discutidas na última reunião, realizada no dia 06 de junho. A empresa apresentou os números de SMS e, de acidentes com e sem afastamento, do primeiro semestre de 2014. Infelizmente, a empresa se negou a apresentar os dados discriminados por unidade, dificultando uma avaliação mais criteriosa.
Últimos acidentes –Após a exposição da Petrobrás, a FUP cobrou a apresentação das análises do último acidente na Reduc, no dia 03 de julho e, também, sobre o vazamento de óleo ocorrido em Tramandaí. A Petrobrás apresentou uma análise sobre o acidente na refinaria, omitindo o fato da explosão da linha de vapor da U-1320, fato que causou diversos danos à saúde do técnico de operação acidentado. Além disso, a análise apresentada pela empresa não coincide com a narração feita pelo petroleiro, que após uma semana do ocorrido, concedeu entrevista à FUP e ao Sindipetro Caxias, contando detalhadamente a explosão, que além da fratura no nariz e, hematomas na região do tórax, o causou um grande trauma psicológico. Na entrevista, o trabalhador narrou a explosão da válvula na unidade U-1320 da refinaria e, afirmou que não se encontrava em condições de retornar ao seu posto de trabalho no tempo determinado pela equipe médica da Petrobrás. (Para ler a íntegra da entrevista, acesse o link http://www.fup.org.br/2012/inseguranca/2223128-em-entrevista-a-fup-teccnico-de-operacao-acidentado-na-reduc-conta-detalhes-sobre-a-explosao-na-u-1320 no portal da FUP). Sobre o vazamento de óleo no TEDUT, a Transpetro apresentou uma análise técnica e afirmou que as causas do acidente ambiental ainda estão em análise na comissão de investigação designada.
Pendências do ACT –A FUP também cobrou explicações da empresa sobre a mudança na grade dos exames periódicos dos trabalhadores do Sistema Petrobrás e, uma apresentação formal das normas usadas para estes exames. A Federação afirmou que os exames necessários aos trabalhadores não ocorrem como deveriam, segundo a análise do médico do Sindipetro NF, Ricardo Garcia. Além disso, a FUP cobrou que a Petrobrás apresente um documento que comprove as melhorias implementadas nas condições de segurança e saúde ocupacional, conforme previsto na cláusula 129ª do ACT e, a implementação da Campanha Nacional de Segurança, onde a empresa teria que enfatizar a importância da obrigatoriedade do registro de acidentes/ incidentes e, da prática do “na dúvida, PARE.”, prevista na cláusula 149ª.
OCE –Em relação à equipe de combate a incêndios, a FUP citou a impossibilidade de manter um sistema de treinamento qualificado para as equipes de combate à emergência, devido ao número mínimo de efetivos das unidades operacionais e de apoio. A Federação exigiu que a Petrobrás solucione esta questão, providenciando um efetivo suficiente para estes setores, com o treinamento devido para a realização destas atividades.
PPP –A Federação denunciou a entrega de PPP's (Perfil Profissiográfico Previdenciário), sem a anotação de nenhum risco, fato que impossibilita que a aposentadoria especial dos trabalhadores e mascara as questões de segurança da empresa. Também foi lembrado que empresa tem a obrigação legal de revisar anualmente este documento.
Exames periódicos nas folgas – A FUP questionou a realização dos exames periódicos durante a folga dos trabalhadores. A Federação afirmou que esta prática não é justa e que, caso aconteça, deve haver remuneração ao trabalhador. A empresa comprometeu-se em levar esta questão ao RH e dar um retorno à FUP na próxima reunião da comissão de SMS.
Jornada dos trabalhadores deficientes físicos – A Federação encerrou a reunião cobrando um posicionamento da Petrobrás em relação à carga horária especial para os trabalhadores deficientes físicos, ponto que já foi discutido em reuniões anteriores. A empresa afirmou que esta questão será implementada, faltando ainda a avaliação jurídica do procedimento, mas ressaltou que cada caso será avaliado individualmente.
Fonte: FUP