Um estudo do Banco Mundial revela que, sob o comando de Michel Temer, entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de brasileiros passarão a viver na pobreza até o fim de 2017. Como essas pessoas estavam acima da linha de pobreza em 2015, são chamadas de “novos pobres”. A maior parte deles é de jovens adultos de zonas urbanas, com escolaridade média e que foram expulsos do mercado de trabalho formal pelo desemprego. O caos econômico e social instaurado pelos aliados de Temer para possibilitar a derrubada da presidente Dilma Rousseff foi sentido pelos mais pobres. A partir dos dados oficiais sobre renda mais recentes, a instituição estima que 8,7% da população, ou 17,3 milhões de brasileiros, viviam abaixo da linha da pobreza em 2015, contra 7,4% em 2014. Foi o primeiro aumento da pobreza após uma década de quedas sucessivas. E as projeções do Banco Mundial apontam que a curva continuou ascendente em 2016 e assim permanecerá neste ano. O total de pobres no país pode chegar a 20 milhões. O Banco Mundial afirma que a expansão do Bolsa Família, programa criado no primeiro governo Lula, como forma de estancar o crescimento da pobreza extrema.
As informações são de reportagem de Renata Mariz em O Globo.
“Como o benefício do Bolsa Família varia conforme a composição familiar, número e idade dos dependentes, presença ou não de gestantes, entre outros aspectos, os técnicos da instituição internacional fizeram uma análise complexa para estimar o ajuste necessário no programa. (..).) Se o programa não aumentar, aponta o Banco Mundial, a proporção de brasileiros em situação de miséria subirá para 4,2% este ano no cenário otimista e para 4,6% no pessimista. Caso a cobertura seja ampliada, conforme recomendado, a taxa terá um leve crescimento para 3,5% e 3,6% nos dois cenários econômicos traçados.
Segundo a instituição, o número de pobres deve chegar a 19,8 milhões de pessoas num cenário otimista de crescimento econômico em 2017, dos quais 8,5 milhões estarão na extrema pobreza. Na previsão pessimista, de mais um ciclo de recessão, serão 20,9 milhões de pobres, sendo 9,4 milhões em estado de miséria.
Com uma metodologia sofisticada de microssimulações, a nota técnica sobre o Brasil traçou os dois cenários considerando variáveis macroeconômicas e demográficas. O mais positivo tem variação anual do PIB de -3,4% (2016) e 0,5 (2017), com taxa de desemprego de 11,2% (2016) e 11,8% (2017). No quadro mais pessimista, o PIB é de -3,7% (2016) e -1% (2017), com desemprego de 11,2% (2016) e 13,3% (2017).
Cerca de nove em cada dez pessoas que deverão se tornar pobres este ano residem em área urbana. A idade média dos chefes das famílias é de 37,9 anos, 38,2% estudaram ao menos até o ensino médio e 33,5% são brancos. Os “novos pobres” estarão mais no Sudeste (39,7%) e Nordeste (35,2%). A maioria (58,8%) trabalhava na área de serviços em 2015.”
VIA Brasil 247