Nas ruas, o povo venezuelano responde às sanções dos Estados Unidos contra a Pdvsa, destaca o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez…
Prensa Latina
O povo venezuelano protagoniza com suas moblizações em todo o país uma resposta de unidade e patriotismo às sanções dos Estados Unidos contra a Pdvsa, destacou o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramírez.
A propósito da reação diante das medidas anunciadas na terça-feira passada (24) pelo Departamento de Estado, que acusa a Venezuela de violar seu cerco ao Irã, a agência Prensa Latina conversou com Ramírez, que é também vice-presidente da República para a área de Desenvolvimento Territorial.
Desde o mesmo dia 24, quando foram divulgadas as açõnes ilegais contra a Pdvsa, os trabalhadores junto a outros setores da sociedade têm manifestado nas ruas sua rejeição às pretensões imperialistas, deixando claro o compromisso com a soberania nacional e seu respaldo ao presidente Hugo Chávez, apontou.
Concentrações nas principais cidades e uma marcha de milhares de pessoas no domingo na capital se seguiram ao anúncio de Washington, que consiste em punições comerciais e financeiras à companhia petrolífera venezuelana, produtora de três milhões de barris diários de petróleo.
Para Ramírez, se trata da resposta política às sanções, enquanto o governo avalia os passos a seguir.
Nesse sentido, o ministro adiantou a continuidade do fornecimento de 1,2 milhões de barris diários aos Estados Unidos, o qual seria colocado sob uma lupa se a análise da situação mostrar que está sendo afetada a indústria de hidrocarburantes, com incidência no cumprimento dos compromissos com os próprios Estados Unidos.
Nós somos sérios e responsáveis no momento de encarar estes cenários, assegurou o ministro, que descartou a menor ingerência estadunidense na decisão final de Caracas.
Questionado sobre critérios que atribuem às medidas escasso impacto prático, e se existe ameaça em excesso, Ramírez comentou que se fosse o caso, não teria efeito algum sobre a moral e a vocação independentista dos venezuelanos.
Se a administração norte-americana acreditava na tese de atemorizar nosso povo com suas ações, então lhe dizemos que lhe falta muito a aprender desta nação e sua história. Aqui somos herdeiros do Libertador Simón Bolívar, destacou.
Ramírez insistiu na alta moral existente nas fileiras dos seguidores do processo de mudanças chamado Revoluçãon Bolivariana, iniciado em fevereiro de 1999, com a chegada de Chávez ao Palácio de Miraflores.
Temos visto nas últimas jornadas contundentes mostras de unidade e firmeza ao lado do comandante Chávez e de determinação na hora de preservar nossa soberania, disse.
A respeito do ambiente na empresa estatal Pdvsa, uma das maiores companhias do mundo no setor, disse que esta encontra-se "em sintonia com o ocorrido nas ruas desde o anúncio de Washington".
Os trabalhadores petroleiros não perderam um minuto para mobilizar-se em todas as áreas operativas e lugares de produção, em defesa de uma empresa que pertence aos venezuelanos, afirmou.
Dados oficiais situam em 330 bilhões de dólares o investimento sócia do atual governo, cifra sem precedentes destinada a programas de saúde, educação, cultura e inclusão, o que só é possível pela recuperação do controle do petróleo e de suas reservas (as maiores do mundo, que giram em torno dos 300 bilhões de barris).
Hoje a Pdvsa está nas mãos do povo, principal beneficiário de seus recursos naturais, assinalou o dirigente à Prensa Latina.
A ocupação do Iraque (2003), a agressão em curso contra a Líbia e as sistemáticas ameaças à Venezuela e ao Irã, ilustram uma política de ataque à Opep e de pretensão dos EUA de apoderar-se do petróleo disponível no planeta.
Diante de milhares se pessoas concentradas neste domingo na Praça O’Leary, Ramírez afirmou: "O imperialismo é um gigante com pés de barro, com um sério problema energético e necessita de todo o petróleo do mundo".