Com muita luta, trabalhadores conquistam acordo digno na Eletrobras

CUT

A campanha dos trabalhadores eletricitários do ACT 2013/2014 foi marcada desde o início pela falta de diálogo e respeito à categoria. Ainda no mês de maio foi entregue a direção da Holding a pauta de reivindicações, todavia, em quase 4 meses de discussão aconteceram apenas três reuniões de negociação, sendo que na última a direção da Eletrobras, colocou bem claro que não haveria possibilidade de ganho real, além disso, benefícios e conquistas seriam retirados.

Quem não se lembra do ofício nº 767/DEST-MP/ 13/05/2013 aos gestores da Eletrobras, recomendando a retirada de direitos, o chamado “saco de maldades”, que compensaria na PLR aqueles que conseguissem alcançar as seguintes “metas”: Congelamento para os atuais empregados e extinção de Adicional de Tempo de Serviço (ATS) para os novos empregados; Incorporação de função gratificada estritamente nos termos previstos em lei; Estrita observância das normas de concessão de adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade; Limitação no período de licenças para ausência ao trabalho, com ou sem manutenção do salário do empregado; Limitação da participação da empresa no custeio do plano de saúde a 50%; Redução do adicional de férias de 75% para 1/3.

Os trabalhadores e o CNE jamais se curvaram a essas ações do DEST e dos gestores da Eletrobras, foi com essa perseverança que foram à luta, realizando uma greve histórica, que conseguiu mobilizar todas as empresas. Em nenhum instante o Coletivo e os trabalhadores temeram as estratégias da Holding, principalmente a de levar a discussão do ACT para o Tribunal Superior do Trabalho, algo que não acontecia há 23 anos.

A categoria foi ao TST e apresentou suas posições, lembrando a alta corte que os eletricitários atuam em um setor estratégico para o país, e por isso, mereciam que suas reivindicações fossem atendidas. O entendimento do Tribunal foi em todos os momentos a favor dos trabalhadores, por isso, foi suspensa a greve em respeito à proposta apresentada pelo judiciário, logo em seguida, diante da intransigência da Holding, os trabalhadores retornaram com a paralisação.

Diante da apresentação da proposta da Eletrobras no dia 7 de agosto, em audiência de conciliação, que foi construída com ajuda do TST e da categoria, o CNE fez a sua defesa, por entender que a proposta garante a manutenção de todas as cláusulas do acordo passado para os próximos dois anos, com um ganho real de 2,5%, mantendo a média dos aumentos reais conquistados nos últimos anos, o pagamento de quatro talões de tíquetes de 30 dias e mais quatro talões em maio de 2014; com a correção da inflação para todos os benefícios, em maio de 2013 e maio de 2014; além de garantir o pagamento do adicional de periculosidade nos termos praticados em dezembro de 2012.

O avanço nas negociações somente aconteceu porque os trabalhadores do Sistema Eletrobras caminharam na unidade, com espírito de luta, percebendo desde o inicio de que sem uma mobilização forte, as chances de se avançar eram reduzidas. A direção da Holding contava com apoio de setores importantes do Governo Dilma, mas a categoria foi firme e com seus sindicatos não recuaram, impondo dessa forma uma derrota para aqueles que apostavam na sua divisão.

O CNE e os sindicatos agradecem o empenho de cada trabalhador, e saem com a certeza de que essa categoria esta preparada para enfrentar qualquer desafio. Foi assim nos anos 90, no auge dos governos liberais, e se repete agora, com a nova geração de companheiros (as) que foram à luta em defesa de uma Eletrobras fortalecida e que valoriza seus trabalhadores.