Com greve, luta e mobilização, trabalhadores/as do Sistema Eletrobras conquistam ganho real

FNU

Os (as) trabalhadores (as) do Sistema Eletrobras ao decidirem pela realização da greve por tempo indeterminado deram uma demonstração não somente de espírito de luta, mas principalmente de maturidade política ao perceberem que a atual conjuntura exigia um posicionamento mais intenso, que não acontecia há 22 anos, desde a histórica greve por tempo indeterminado realizada em 1990. O entendimento era de que o governo não estava disposto a ceder, com a sinalização de que não teria nenhum ganho real e apostando inclusive no enfraquecimento do movimento. Porém, a greve mostrou que a categoria estava disposta a enfrentar os limites estabelecidos pelos negociadores da Holding. Foi com essa mudança de postura que a categoria conseguiu dobrar o governo e arrancar na rodada de negociação nesta quarta (dia 25 de julho) que seguiu noite adentro, o ganho real de 1,5% retroativo a maio e a concessão de 4 cartelas de tíquetes em agosto.

Diante do avanço na contraproposta apresentada pelo Sistema Eletrobras a recomendação do Coletivo Nacional dos Eletricitários é pela sua aprovação em todas as assembleias realizadas nesta quinta (26) e sexta (27). O CNE entende que ela é fruto de muita luta e unidade, inclusive de outras entidades sindicais fora do campo cutista e mantêm a trajetória de conquista de ganho real, que até então era negado pelo governo.

O CNE não tem dúvidas em afirmar que o avanço neste acordo deve ser creditado a toda categoria que marchou unida, mesmo no momento onde as empresas faziam ameaças ou se utilizavam de estratégias jurídicas para prejudicar a mobilização. Os (as) trabalhadores (as) fizeram a leitura certa do processo negocial e confiaram na condução do CNE, que em todo país organizou com os sindicatos as estratégias de lutas.

A decisão de entrar na greve foi dos (as) trabalhadores (as) e a saída da mesma caberá a categoria decidir nas assembleias. Na avaliação do CNE é inegável o avanço da contraproposta, uma vez que o que se tinha antes da greve era apenas o IPCA (5,1%), sem nenhum ganho real.

Na avaliação do CNE também foi conquistado com o movimento um “capital” político extraordinário, com a adesão maciça dos companheiros e das companheiras, destacando-se os com menos tempo de empresa, que não haviam vivenciado uma greve por tempo indeterminado, dando uma prova de que quando uma luta é justa todos participam.

Essa greve renovou a auto-estima dos eletricitários dando a certeza que esse instrumento de luta deverá ser incorporado de forma permanente para enfrentar todo e qualquer ataque aos seus direitos. Por outro lado fica também o alerta de que para enfrentar os nossos novos desafios teremos que aumentar nossa capacidade de organização e de enfrentamento, pois os horizontes que se anunciam para 2013, diante de uma crise econômica mundial e da situação de incertezas sobre a renovação das concessões, exigirão o máximo de empenho para continuar avançando em novas conquistas.

O CNE convoca todos os (as) companheiros (as) a participarem das assembleias, mostrando que esse grande movimento que se espalhou pelo país é capaz de compreender e avaliar positivamente a nossa luta para dobrar o governo e arrancar essa contraproposta da Holding. Caso seja aprovado o encaminhamento do CNE, o retorno ao trabalho se dará na sexta-feira, dia 27, onde já se deverá ter o resultado da maioria das assembleias em todas as empresas do grupo Eletrobras.