Oito unidades da Replan sofreram um apagão no dia de 6 outubro e a maioria delas permaneceu parada por mais de 24 horas. O Craqueamento foi a área mais afetada e que ficou fora de operação por quase três dias. O problema foi ocasionado pela queda de energia elétrica fornecida pela CPFL e comprovou que o efetivo mínimo, que vinha operando antes da liminar desta quarta-feira (11.10), já era insuficiente para atuar em casos de emergência.
A falta de energia aconteceu durante a manutenção de um turbo gerador de alta potência no setor de Utilidades e ocasionou a paralisação das unidades, inclusive de algumas que não estavam programadas para parar – existe na refinaria uma programação pré-estabelecida de quais unidades deverão ser desligadas nas situações de falta de energia. A queda energética gerou mais problemas do que deveria, consequência de um mau gerenciamento. “Havia necessidade de parar esse turbo gerador por três dias, sabendo que nas últimas semanas já tinham ocorrido duas falhas no sistema de energia?”, questiona o diretor Valdir Francisco da Silva.
“Há um despreparo muito grande da empresa nos procedimentos de emergência, que sugerem o que deve ser feito, mas não especificam efetivamente qual ação tem que ser tomada. Uma situação como essa poderia colocar os trabalhadores e toda a refinaria em condição de risco e ocasionar até mesmo uma tragédia”, destacou o diretor do Unificado Antonio Eduardo Fernandes.
Segundo ele, os flares (um dos sistemas de segurança das tubulações, que são utilizadas para a passagem de gases e líquidos produzidos durante o processo de refinamento) queimaram uma quantidade de combustível maior do que a prevista e o produto acabou escorrendo pelo lado externo das tochas. “Isso poderia causar um incêndio de grandes proporções”, alerta Fernandes.
Efetivo reforçado
Na emergência, supervisores, gerentes e CTO’s atuaram na parada e no restabelecimento das unidades afetadas. Trabalhadores foram obrigados a dobrar o turno para o controle da situação. O efetivo mínimo dos grupos foi reforçado com mais operadores, durante três dias, para garantir com segurança a normalização do processo.
O incidente provocou uma correria na refinaria, em busca de pessoal para poder ajudar a restabelecer a produção. A queda de energia torna o processo ainda mais dependente de mão de obra especializada. “Deve-se levar em consideração que a Replan operava com o número mínimo estabelecido pela liminar, favorável ao Sindicato. A redução do efetivo vai comprometer ainda mais a segurança, não só da refinaria, mas de toda comunidade em seu entorno”, concluiu Fernandes.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo