A recente recuperação dos preços do barril de petróleo, que chegou aos patamares mais altos dos últimos três anos, aumentou o apetite das petrolíferas internacionais sobre o Pré-Sal brasileiro, que está sendo entregue pelo governo golpista a toque de caixa. Dois novos leilões estão agendados para os próximos meses: a 4ª Rodada, no dia 07 de junho, e a 5ª Rodada no dia 28 de setembro. Em dois anos do golpe, o governo Temer terá realizado quatro grandes licitações das áreas do Pré-Sal, atendendo aos interesses geopolíticos das multinacionais, enquanto o povo brasileiro perde a chance de um futuro melhor.
“As petroleiras começaram o ano com uma expectativa de geração de caixa menor que a que vai acontecer. A decisão de participar de leilões é sempre tomada de olho na estratégia de longo prazo, mais do que nas oscilações de preços de curto prazo, mas é evidente que isso [valorização do petróleo] gera um acréscimo de caixa que vai ficar disponível para as empresas investirem. Apostar em licitações para aquisições de ativos passa efetivamente a entrar no radar das companhias”, afirma Hélder Queiroz, ex-diretor da ANP e pesquisador da UFRJ em reportagem do Valor Econômico.
Para a pesquisadora da FGV Energia, Fernanda Delgado, ouvida pela reportagem do Valor, a elevação dos preços do barril é uma boa notícia também para atrair investimentos das pequenas e médias petroleiras para o Brasil. Ela lembra que a escalada do barril do petróleo acontece num momento em que essas companhias têm pela frente oportunidades de negócios em curso, como o avanço da venda de ativos da Petrobras em áreas terrestres, águas rasas e campos maduros. Com o aumento nos preços e a decisão do governo Temer de liquidar com a Petrobras e o pré-sal, o Brasil virou alvo fácil das companhias internaconais.
“O aumento do preço do petróleo aumenta a margem de lucro das empresas, a diferença entre o preço de venda e os custos de produção. Isso é ainda mais sensível entre as empresas que pequenas e médias, entre as petroleiras que operam campos maduros, que trabalham no limite da eficiência na recuperação de óleo”, afirma a pesquisadora na reportagem. “A alta do petróleo torna as companhias mais propensas ao risco. As empresas que já vinham mostrando interesse em aquisições no Brasil têm mais caixa para continuar investindo e as companhias que até então não tinham condições de participar passam a ter”, destacou.
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[Com informações do Valor Econômico]