Deputado acusa Dallagnol de negociar com banco os R$ 2,5 bi da Petrobrás

 

O Líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados Federais, Paulo Pimenta, apresentou, na tarde desta quinta-feira (14), documentos que comprovam a ilegalidade da Força-Tarefa da Lava Jato, dos Estados Unidos e da Petrobras na criação de uma fundação privada para gerir R$ 2,5 bilhões, oriundos de  uma multa. Segundo o parlamentear, o fundo “é um procedimento totalmente ilegal” e os procuradores envolvidos “cometeram crimes contra o interesse nacional”.

Em entrevista coletiva, o deputado afirmou que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal, solicitou à Caixa Econômica Federal que fosse aberta uma conta corrente desvinculada de procedimentos judiciais, chamada de “conta gráfica”, que receberia os R$ 2,5 bilhões da Petrobras. A medida faria com que o dinheiro fosse transferido sem ter que passar pelo conhecimento de seus superiores.

Paulo Pimenta também acusou o procurador de firmar tratativas com a CEF para saber quais os melhores investimentos que poderiam ser feitos com os recursos da Petrobrás. O parlamentar apresentou um ofício do banco, assinado pelo diretor jurídico da Caixa, Greycos Attom Valente Loureiro, e pelo vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Roberto Barros Barreto, onde é informado ao procurador as linhas de investimento disponíveis para os R$ 2,5 bilhões, como Fundo de Investimentos, CDB, Fundo de Investimento Exclusivo, entre outras.

Ele apresentou os documentos que comprovam a ilegalidade da ação. “E as provas que nós ainda não tínhamos dessa colaboração ilegal da Petrobras com a Lava Jato e os Estados Unidos estão aqui nestes documentos”, afirmou.

“Deltan Dallagnol negociando com os bancos taxas de aplicação. Isso é uma vergonha e desmente tudo o que ele disse. Ele se apresentando sozinho aos bancos como detentor de um fundo de R$ 2,5 bilhões e negociando taxas mais vantajosas de administração”, questionou Pimenta.

Ainda de acordo com o Líder do PT, a criação do fundo foi combinada de forma secreta. “Foi combinado pelo Ministério Público, com uma parte da Petrobras que fez o acordo e com a juíza para fazerem isso escondido, porque sabiam que era criminoso o que estavam fazendo”, apontou.

Pimenta lembrou ainda que a criação do fundo fere a Constituição Federal. “Essa República de Curitiba acha que está acima da lei, acha que não precisa cumprir a Constituição e resolveram abocanhar R$ 2,5 bilhões de maneira criminosa e nós vamos levar às últimas consequências essa responsabilização do Dallagnol e de todos os procuradores envolvidos”, aponta.

O deputado pede rigor na apuração do caso: “Nós temos que investigar a fundo essa relação com os Estados Unidos, nós temos que entrar nos detalhes para saber quem fez essa tratativa com os americanos. Há uma séria suspeita de que eles possam ter agido contra o interesse nacional.” Cliqui aqui para acessar os documentos apresentados pelo parlamentar.

Assista à coletiva de Paulo Pimenta:

 Entenda o acordo

O acordo foi firmado entre representantes do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Petrobras e tinha como objetivo a criação de uma fundação privada para administrar recursos oriundos de indenizações pagas pela estatal.

O fundo causou perplexidade na comunidade jurídica e é alvo de ações da FUP e da Procuradoria-Geal da República.

[Com informações da assessoria de Paulo Pimenta e da Agência PT de Notícias]