Reunida na manhã desta quarta-feira (26) em São Paulo, a operativa nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais manifestou apoio à luta das centrais sindicais…
Reunida na manhã desta quarta-feira (26) em São Paulo, a operativa nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais manifestou apoio à luta das centrais sindicais pela valorização do salário mínimo – com aumento para R$ 580 – e pela atualização da tabela do Imposto de Renda em 6,47%. O fato do governo federal ter sentado à mesa de negociação com as centrais só a partir da pressão das ruas, avalia a CMS, demonstra o caminho a seguir.
De acordo com Rosane Bertotti, da executiva nacional da CUT e da CMS, “foram vários pedidos, mas a audiência das centrais com o ministro Gilberto Carvalho só saiu após as manifestações em várias capitais. Isso deixa claro que não podemos ficar na defensiva, esperando, precisamos ser cada vez mais propositivos, ainda mais quando se trata de um tema como o salário mínimo, que dialoga com 47 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas”. Rosane avalia que “este é o ano dos movimentos sociais, que devem elevar o seu protagonismo através de um amplo processo de articulação. É assim que conseguiremos estabelecer relações de diálogo com os governos, seja o federal, os estaduais ou municipais, e apresentar a nossa pauta, o nosso projeto de desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho”.
Representando a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Batista Lemos destacou a “necessidade da manutenção da política de ganhos reais para o salário mínimo” como “essencial para o fortalecimento do mercado interno, que tornou o país menos vulnerável à crise do capital financeiro internacional”’. “É bom lembrar que os EUA continuam imprimindo centenas de bilhões de dólares e com isso exportando sua inflação para o mundo”, disse.
Em nome da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Maria Pimentel reafirmou que o aumento do mínimo “é um ponto nevrálgico para o desenvolvimento e para a erradicação da miséria, que é um compromisso da presidenta Dilma”. “Cortar gastos sociais e investimentos públicos, arrochar salários e aumentar juros, é a pauta dos derrotados nas últimas eleições. Isso não vamos permitir”, frisou.
Para Sônia Leite, da Marcha Mundial de Mulheres, o fundamental nesta queda de braço com o conservadorismo da equipe econômica “é garantir que o país continue avançando, impedindo que a pauta derrotada seja implementada”. “A CMS tem o seu projeto para o Brasil e ele deve ser a nossa bandeira, a nossa agenda para a disputa”, acrescentou.
Segundo Lúcia Stumpf, da União Brasileira de Mulheres (UBM), é essencial que o movimento social se mantenha unido e mobilizado para “dar um choque de realidade” no novo governo. “A questão social não pode se encerrar na erradicação da pobreza, na inserção dos miseráveis”. Mas até para que isso seja materializado, e saia do terreno das proposições, advertiu, é preciso reverter a agenda do atraso, fortalecer os investimentos e o protagonismo do Estado e não cair na cantilena do “fazer mais com menos”. As propostas expostas na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora são uma importante base para o diálogo, acredita.
Para definir os próximos passos da Coordenação dos Movimentos Sociais, a operativa nacional aprovou a realização de uma plenária nacional da CMS no dia 25 de fevereiro, em São Paulo.
Durante a reunião desta quarta-feira também foi debatida uma ação unificada no Fórum Social Mundial, que será realizado em Dakar, no Senegal, de 6 a 11 de fevereiro.