Além de uma reforma educativa, os grevistas exigem reformas tributárias, trabalhistas e constitucionais.
Os chilenos iniciaram nesta quarta-feira (24) a primeira greve geral, de 48 horas, em duas décadas, desde que terminou a ditadura de Augusto Pinochet (1973 – 1990). A paralisação, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), é apoiada pela oposição e pelo movimento estudantil, que há três meses faz manifestações em favor de uma educação pública, gratuita e de melhor qualidade.
Além de uma reforma educativa, os grevistas exigem reformas tributárias, trabalhistas e constitucionais.
Para se proteger da violência policial, ocorrida em manifestações anteriores, alguns manifestantes ergueram barricadas e foram atacados pela polícia. Durante a noite houve panelaços, também reprimidos.
O governo anunciou que a greve não teve a adesão esperada, mas para jogar a população contra os grevistas, diz que "causará prejuízos ao país". Pelos seus cálculos, o Chile perderá cerca de US$ 400 milhões nos dois dias do movimento. Na quarta-feira, 348 pessoas foram detidas e 19 policiais e 15 civis foram feridos em confrontos.
A paralisação, na avaliação de especialistas políticos, é mais um golpe contra o governo direitista de Sebastian Pinera, que faz um governo conservador, neoliberal e é mal avaliado nas pesquisas de opinião pública, com altos índices de rejeição.
Os chilenos exigem melhor distribuição das riquezas e maiores investimentos em educação e saúde. Uma das propostas dos grevistas é aumentar os impostos sobre a parte mais rica da população.