No último dia 5 de novembro, um crime ambiental e social de proporções incalculáveis atingiu a cidade de Bento Rodrigues, em Minas Gerais. Porém, os efeitos foram sentidos em pelo menos 202 municípios no estado, em especial na histórica Mariana. A Executiva Nacional, que se reuniu na última terça-feira (25), decidiu denunciar o Brasil, por conta da tragédia, à Organização Internacional do Trabalho.
Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-MG, criticou a atuação do governo estadual e federal na condução do crime ambiental. “Se você vai hoje à Mariana, você vai identificar que a Samarco controla tudo, até o local. Somente os jornalistas que a Samarco autoriza chegam até a barragem. A Samarco que controla a população atingida e a mantém em hotéis que ela controla”, denuncia a presidenta da CUT-MG.
Desde a tragédia, uma batalha em diversas esferas começou a ser travada pelas vítimas do crime. “Nossa primeira dificuldade tem sido abolir a palavra ‘acidente’ do que aconteceu em Mariana, existem responsáveis que precisam assumir suas responsabilidades, com a população e com a Justiça. O culpado é a Samarco, que é uma empresa da BHP e da Vale”, afirmou Beatriz Cerqueira.
Um levantamento feito pela CUT-MG, demonstra que 1703 pescadores, que reconhecidos pelo Ministério da Pesca, foram diretamente atingidos por esse crime, com a extinção do Rio Doce.
A dirigente explicou que houve um aumento da produção da Samarco. Porém, a mineradora não se comprometeu com um fortalecimento das barragens, para que suportassem o acúmulo de rejeitos, o que pode ter provocado o crime ambiental. “A busca por maior lucro influenciou sim esse crime”, finalizou a dirigente cutista.
Fonte: CUT