A CUT prioriza redução dos juros e da jornada, investimento em políticas públicas e combate…
A CUT prioriza redução dos juros e da jornada, investimento em políticas públicas e combate à alta rotatividade
"Temos uma pauta unificada que vem sendo construída coletivamente desde a Marcha a Brasília no final do ano. Agora, queremos ser ouvidos. O governo montou um gabinete de crise que só tem empresários e muita choradeira pela redução de impostos. Nós queremos uma política diferenciada para os setores mais afetados pela crise internacional, mas defendemos que deve estar subordinada ao fortalecimento do mercado interno, a contrapartidas sociais como a garantia de emprego e renda", declarou Artur. Segundo o presidente, é preciso que representantes dos trabalhadores, empresários e governos se sentem à mesa, num diálogo social tripartite, emergencial, para formular e implementar ações que assegurem o desenvolvimento com garantia de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.
Entre as prioridades da Central, ressaltou Quintino Severo, estão o corte na taxa básica de juros e no elevado spread bancário, contrapartidas sociais para a liberação de recursos públicos a empresas em dificuldades e a redução da jornada de trabalho sem redução de salário. "Nós precisamos que a roda da economia gira para frente. Para isso, é fundamental garantir o emprego e o poder aquisitivo dos salários", frisou o secretário geral da CUT.
A Central considera que empresas beneficiadas com recursos públicos devem obrigação à sociedade. "Sendo assim, empresa que descumpre acordo de redução de impostos para manter emprego e passa a demitir, mais do que perder o benefício, precisa devolver o dinheiro. Não tem conversa", ressaltou Artur.
Artur condenou a alta rotatividade existente no mercado de trabalho brasileiro, frisando que "ao contrário do que alegam muitos empresários, é muito fácil demitir em nosso país". Comprovando a afirmação, ele citou os números de 2008, ano em que foram contratados 16,6 milhões de trabalhadores e demitidos 15,2 milhões. "Precisamos implementar urgentemente a Convenção 158 da OIT, que coíbe as dispensas imotivadas, pois o combate à alta rotatividade é um elemento central no debate. Necessitamos neste momento de regras claras, que coloquem obstáculos à demissão sem justa causa", acrescentou.
Na avaliação da CUT, é preciso que os bancos públicos como o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal dêem o exemplo, agilizando e desburocratizando a liberação de crédito, particularmente para as micros e pequenas empresas, responsáveis pela maior parte dos empregos gerados no país.
Importantes iniciativas vêm sendo tomadas para o enfrentamento da crise internacional, destacou Artur, citando a política de valorização do salário mínimo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Bolsa Família, o acordo com os servidores federais e a garantia de reajustes acima da inflação. "São medidas que além de ser respeitadas, necessitam de continuidade, pois fortalecem o nosso mercado interno, cada vez mais fundamental diante da retração do mercado externo", declarou Artur.