Centrais sindicais pedem apoio a Lula no G20

O presidente Lula se comprometeu com a CUT e centrais sindicais da Itália, Japão, Espanha…

CUT

O presidente Lula se comprometeu com a CUT e centrais sindicais da Itália, Japão, Espanha, França, Estados Unidos, Canadá, Suécia e a defender a criação de metas de emprego em nível internacional, em encontro nesta quinta-feira (24), em Pittsburg (EUA), onde acontece, até sexta-feira (25), a reunião das 20 maiores economias mundiais (G-20). A audiência foi solicitada por Artur Henrique, presidente da CUT.

Artur está nos Estados Unidos desde a terça-feira (22), para uma reunião mundial de centrais sindicais, que estão realizando encontros com presidentes e primeiros-ministros do G-20 para pressioná-los a encampar as bandeiras dos trabalhadores. "Já nos reunimos com os primeiros-ministros da Inglaterra e Alemanha, o presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o presidente norte-americano Barack Obama", enumera. Segundo ele, ainda na noite desta quinta haverá audiência com o primeiro-ministro da Austrália e, amanhã, com Gordon Brown, primeiro-ministro inglês.

"Nosso objetivo é transformar as reuniões entre ministros do Trabalho do G-20 em um espaço permanente de debate entre trabalhadores e empresários", informa o sindicalista.  As centrais reivindicam a  criação de um grupo de trabalho permanente, com a participação dos ministros do Trabalho dos 20 países-membros e representantes de trabalhadores e empresários, para estabelecer e cumprir metas de geração de emprego formal e renda no âmbito do G-20.

O movimento sindical internacional também insiste em nova regulação do sistema financeiro internacional, com regras rígidas contra especulação e, especialmente, com uma nova estrutura tributária, em que os mais ricos paguem mais e os assalariados, menos.

O documento apresentado à Lula pede o compromisso dos líderes mundiais na criação de metas de emprego, regulamentação, fiscalização e controle social do sistema financeiro. De acordo com Artur, em diversos países, já se ouvem discursos de que a crise está no fim e a intervenção do Estado não é mais necessária. "Nós discordamos desse tipo de argumentação, porque sabemos que a crise não terminou", avalia.

Segundo o sindicalista brasileiro, em muitos países ainda não há sinais de recuperação econômica sustentável. "O Brasil é uma exceção. Estados Unidos e Europa ainda enfrentam uma grave crise", destaca. Dirigentes sindicais de todo o mundo, pediram a Lula que a geração de empregos se transforme em política de Estado", pondera.

"Não queremos mais do mesmo. Já presenciamos a queda do muro de Berlim e agora do muro de Wal Street", dispara Artur. "Queremos um novo modelo de desenvolvimento para o planeta, que passe por uma economia sustentável, inserida nas preocupações ambientais, entre outras questões".

Segundo Artur, o presidente Lula se comprometeu a manter sua defesa do papel do Estado e a levar a plataforma dos trabalhadores para os líderes mundiais. Lula também concordou com os sindicalistas de que a crise mundial persiste em alguns países. "O presidente expressou mais uma vez sua posição de que a criação de empregos é fundamental para enfrentar a crise", disse Artur.

Ainda nesta quinta, Artur se reúne com o primeiro-ministro da Austrália. "Temos convicção de que persiste a necessidade do papel do Estado. Este é o momento de debatermos mundialmente o modelo de desenvolvimento que queremos", argumenta.