Em carta enviada nesta quarta-feira, 07, ao novo presidente da Petrobrás, Joaquim da Silva e Luna, a IndustriAll Global Union – Federação Internacional dos Trabalhadores do Ramo de Mineração, Energia e Manufaturas – cobrou o respeito à liberdade sindical e anulação da punição arbitrária aplicada pela Gerência Geral da Rlam ao coordenador da FUP, Deyvid Bacelar. A entidade, à qual a FUP é filiada, representa cerca de 50 milhões de trabalhadores em 140 países.
O documento, assinado pelo Secretário Geral da IndustriAll Global, Valter Sanches, ressalta que “a prática da punição de dirigente sindical grevista viola a Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que tem força constitucional no Brasil. Além disso, a perseguição de dirigentes sindicais, por greves, afronta ainda a Convenção 135 da OIT, também ratificada pelo Brasil, assim como violenta a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho”.
Também nesta quarta, as centrais sindicais brasileiras divulgaram nota conjunta, repudiando as práticas antissindicais da Petrobrás e a censura e intimidação feita pelos gerentes da empresa contra os trabalhadores que expressam opinião contrária às privatizações. “Na Bahia, a Gerência Geral da RLAM, vem praticando reiterados atos antissindicais e de perseguição aos petroleiros, com a demissão arbitrária de trabalhador terceirizado, prática de abuso e assédio moral. É o caso recente, por exemplo, quando a gerência da empresa chama a atenção de um trabalhador porque ele estava usando uma máscara de proteção contra a Covid-19 confeccionada pelo Sindipetro Bahia. O trabalhador tem o direito de usar a logomarca do seu sindicato, onde também consta a frase “privatizar faz mal ao Brasil”, utilizada há mais de 20 anos pelo movimento petroleiro, inclusive nas dependências da Petrobras. Antes da gestão Bolsonaro, nenhum tipo de censura foi aplicada ao uso da logomarca”, denunciam as entidades sindicais.
“A liberdade de expressão, de opinião e crença são direitos do cidadão, garantidos no Artigo 5 º da Constituição Federal. O Sindipetro Bahia denunciou o fato ao Ministério Público do Trabalho para inquérito civil e conta com a solidariedade e o apoio das Centrais Sindicais. A prática antissindical, reflexo da intolerância das classes dominantes com a classe trabalhadora, constitui crime e deve ser punida”, afirmam as centrais.
Diversas organizações sindicais, movimentos sociais e partidos políticos da oposição também se levantaram contra as práticas antissindicais da Petrobrás, manifestando apoio ao coordenador da FUP em notas públicas e em postagens nas redes sociais. Saiba mais aqui.