Centrais sindicais declaram apoio à greve dos servidores federais

Vermelho

Em nota divulgada nesta segunda (13), a CTB, a CUT, a Força Sindical, a Nova Central e a UGT declararam apoio à greve do funcionalismo público federal. Dezenas de categorias reivindicam reajuste salarial, benefícios sociais e econômicos. As centrais consideram legítima a reivindicação por melhores condições de vida e trabalho.

Mais de 300 mil funcionários públicos estão em greve em todo o país. As relações entre as autoridades e setores do movimento sindical estão tão deterioradas, que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros cinco sindicatos de servidores públicos decidiram fazer uma representação contra o governo na Organização Internacional do Trabalho (OIT) por atitudes antissindicais.

O movimento sindical repudia ainda todas as formas de autoritarismo no trato com reivindicações legítimas dos trabalhadores do setor público e manifesta apoio à Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata das relações de trabalho na administração pública.

O texto cita ainda que foi a falta de disposição para a negociação — postura autoritária adotada por governos passados — que “gerou o descontentamento generalizado dos servidores, há décadas submetidos à uma política de desvalorização da carreira de servidor e de arrocho salarial”.

Na sexta-feira (10) a presidenta Dilma Rousseff afirmou que a prioridade do governo neste momento é manter a vaga dos trabalhadores que não têm estabilidade no emprego. Referindo-se à posição do governo de não atender as reivindicações dos grevistas, ela disse que o momento é de austeridade fiscal.

As centrais afirmam também que o corte do ponto dos trabalhadores e a substituir grevistas servem apenas para “acirrar os ânimos e por lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal”.

Leia abaixo a íntegra da nota:

 
Nota das Centrais Sindicais sobre a greve dos servidores
As centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT) apoiam a greve do funcionalismo público federal que reúne dezenas de categorias, por reajuste salarial, benefícios sociais e econômicos. No entender do movimento sindical, é legítimo os trabalhadores paralisarem as atividades para reivindicar melhores condições de vida e de trabalho.

O movimento sindical apoia também o pleito dos grevistas relativo à regulamentação em lei da Convenção 151 da OIT-Organização Internacional do Trabalho, que trata das relações de trabalho na administração pública, notadamente o direito de organização e negociação coletiva para a solução de conflitos e para o exercício dos direitos civis e políticos.

É justamente a falta de negociação entre as partes — postura adotada pelos governos passados — que gerou o descontentamento generalizado dos servidores, há décadas submetidos à uma política de desvalorização da carreira de servidor e de arrocho salarial.

Entendemos, porém, que cortar o ponto e substituir grevistas por outros trabalhadores servem apenas para acirrar os ânimos e por lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal.

Repudiamos todas as formas de autoritarismo no trato com reivindicações legítimas dos trabalhadores e trabalhadoras do setor público.

Solidárias com os grevistas, as centrais sindicais reconhecem que a saída para a paralisação está na disposição das partes sentarem à mesa e negociarem até a exaustão, tendo como perspectiva a solução rápida do conflito, reduzindo, assim, os prejuízos causados aos próprios servidores e à população.

Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil)

Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)

Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

José Calixto Ramos, presidente da NCST (Nova Central)

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)