Centrais fazem ato segunda, 22, para apresentar trabalhos na Comissão da Verdade

 

CUT

Representantes das centrais sindicais que integram o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical” da Comissão Nacional da Verdade (CNV) anunciaram à imprensa nesta terça-feira, 16, informes sobre o ato sindical unitário marcado para a próxima segunda-feira (22), às 9h, no Sindicato Nacional dos Aposentados (R. do Carmo, 171, Sé – São Paulo).

Na ocasião, o Grupo dos Trabalhadores será oficialmente apresentado ao público. Instalado no dia 13 de abril, o colegiado tem a tarefa de subsidiar as investigações da CNV através do resgate da história e memória de trabalhadores que foram perseguidos, torturados e assassinados, como também as diversas intervenções que ocorreram nas organizações do campo e da cidade no período da ditadura militar (1964-1985). Os trabalhos estão divididos a partir de 11 eixos (veja mais informações aqui). A data para a apresentação do Grupo dos Trabalhadores foi escolhida por sua simbologia. No dia 21 de julho completa-se 30 anos da greve geral de 1983, a primeira durante o regime militar, que contou com adesão direta de mais de dois milhões de trabalhadores/as do setor público e privado, do campo e da cidade.

O ato terá a presença do ex-presidente da CUT, Jair Meneguelli e do ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Arnaldo Gonçalves, que participaram da greve de 83, além da coordenadora da Comissão Nacional da Verdade e do Grupo dos Trabalhadores, Rosa Cardoso e do membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. Serão exibidos também vídeos de curta-metragem sobre a história de representações dos trabalhadores e categorias que participaram ativamente da resistência ao golpe militar.

“É um momento importante da sociedade brasileira reforçar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, em apoio ao Grupo dos Trabalhadores e sua coordenadora, Rosa Cardoso, para que possamos neste um ano de trabalho que a CNV ainda tem pela frente, ampliar a democracia e aprofundar o resgate da verdade histórica”, salientou Expedito Solaney, secretário nacional de Políticas Sociais da CUT.

O evento unitário das centrais, acredita Solaney, “vai colaborar para sensibilizar nossa base, cada entidade, cada dirigente sindical, a buscar informações sobre o período da repressão, ajudando na reconstituição da história para que possamos ao final apresentar um completo e consistente relatório que colabore na reparação política e material a todos os dirigentes sindicais, trabalhadores e familiares de trabalhadores vítimas do golpe”.

Documentos comprovam participação do Estado – a partir da intervenção do Grupo dos Trabalhadores junto ao Ministério do Trabalho e Arquivo Nacional foi entregue ao próprio grupo um conjunto documental que comprova a participação de órgãos do Estado em apoio à repressão militar.

São casos como a intervenção no Sindicato dos Jornalistas do Maranhão ou a cassação do registro profissional de um estivador no Rio de Janeiro que farão parte das investigações do coletivo de trabalhadores .