Centenário de Marighella será homenageado na Caravana da Anistia em Salvador

Carlos Marighella foi comunista baiano, assassinado durante o regime militar, cujo processo de anistia será julgado no Teatro Vila Velha, no Centro.





 Vermelho

Na próxima segunda-feira (5/12) Salvador receberá a 53ª edição da Caravana da Anistia. A data é simbólica, pois marca os 100 anos de nascimento de Carlos Marighella, comunista baiano assassinado durante o regime militar, cujo processo de anistia será julgado no Teatro Vila Velha, no Centro. A Caravana faz uma nova sessão na terça-feira, no Conselho Estadual de Cultura, no Palácio da Aclamação, para analisar processos de outros baianos perseguidos durante a ditadura militar.

“O evento é aberto ao público e deve contar com a presença de todos os comunistas. Marighella foi um revolucionário importante na luta contra a ditadura no Brasil. Membro do Partido Comunista e depois da ALN, foi preso diversas vezes e acabou sendo brutalmente assassinado em 1969, em São Paulo. Foi um ícone de luta contra a ditadura, um grande homem, que deu a vida pelo seu ideal”, declarou Ana Guedes, da direção do Grupo Tortura Nunca Mais na Bahia e da Comissão Nacional da Anistia

O julgamento do requerimento de anistia é apenas uma das homenagens que Marighella receberá pela passagem do seu centenário. No dia 5 de dezembro, às 10h, a Associação dos Professores Universitários da Bahia, APUB Sindicato, fará fixar em sua sede, no Canela, uma placa alusiva ao centenário de nascimento de Marighella, ex-aluno de engenharia civil da Escola Politécnica da UFBA e organizador da Universidade Popular nas prisões por que passou, durante sua vida completamente dedicada às lutas do povo brasileiro. 

Também no dia 5, será realizada uma sessão especial de exibição do documentário Marighella, de Isa Ferraz, às 20h, no Espaço Unibanco Glauber Rocha, na Praça Castro Alves. 

Instituída em 2008 pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a Caravana da Anistia tem o objetivo de descentralizar os trabalhos que eram feitos no Distrito Federal e permitir maior participação da sociedade, além de difundir o período histórico e a luta pela democracia, principalmente, ao público jovem. Nesses três anos, mais de 15 mil pessoas acompanharam as edições e cerca de mil requerimentos foram julgados.