Para a diretoria da Companhia, fica o recado da força de trabalho: ninguém aceita mais ser enrolado!
Um ato de atraso de duas horas para realização de assembleia dos trabalhadores da Companhia de Gás do Ceará aconteceu hoje (20/05) para manifestar a insatisfação quanto aos resultados de retrocesso, sem ganho real, nas negociações do ACT 2015 até o momento.
A categoria reitera o desejo de continuar as negociações desde que não haja redução de direitos conquistados e haja ganhos reais no ACT 2015. Além disso, ela sinaliza indicativo de greve a partir do dia 29/05 por tempo indeterminado, caso não haja avanços nas negociações.
VELHOS TRUQUES, NOVAS JOGADAS
Que a Cúpula da Companhia já vem realizando tentativas de desmobilização do movimento, todos sabem (por exemplo, quando marcaram uma reunião sobre ACT após o horário do expediente no dia de realização de uma assembleia; ou quando, ontem (19/05), um dia antes do ato, disseram que o Conselho de Administração, que até então não tinha sequer se pronunciado sobre as reivindicações do ACT, tinha dado aval para “avançar” um pouco mais no acordo, porém, nada de concreto fora apresentado na ocasião, porém assédio moral coletivo foi uma novidade esse ano.
Após o ato de atraso do expediente por 2h, os trabalhadores foram impedidos de entrar na Companhia. O presidente da CEGÁS, Antonio Cambraia, disse aos trabalhadores na recepção que a Companhia “não permitirá mais assembleia em horário de expediente”, mas permitiu que eles entrassem. Isso, entretanto, é bastante estranho a uma empresa que, até ano passado, na greve, alegava ser de caráter essencial para a sociedade e que não poderia ter atividades prejudicadas, e agora simplesmente tentar dispensar um dia de trabalho de quase 70% do efetivo próprio.
Sindicato acionará o jurídico para apurar essa coação, que já pode ser considerada perseguição aos trabalhadores que aderiram ao movimento totalmente legítimo.
ENTENDA
Após a entrada, na composição acionária da Companhia de Gás do Ceará, do grupo japonês Mitsui Gás e Energia do Brasil (MGEB) (atualmente citado em escândalos de propina ligado ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha) houve apenas propostas de redução de benefícios nas negociações do ACT 2015, que vem tendo rodadas de reuniões entre o sindicato e a empresa desde o ano passado.
Sindipetro CE/PI