CCMs de Cabiúnas estão com sistemas de detecção de fogo inoperantes

 

O Sindipetro-NF recebeu novas denúncias sobre a situação de insegurança operacional na base de Cabiúnas, da Transpetro, em Macaé. De acordo com os trabalhadores, há Centros de Comando de Motores (CCM) que estão em atividade com seus sistemas de detecção de fogo e gás parcialmente desabilitados. Em alguns casos, o sistema chega a estar completamente inoperante.

Segundo o diretor do NF Cláudio Nunes, que é lotado na base de Cabiúnas e acompanha o caso, os petroleiros reclamam que sequer são comunicados sobre as razões do problema ou informados sobre que providências estão sendo tomadas. De acordo com ele, isso aumenta a sensação de insegurança.

“O Sindipetro-NF tem denunciado há anos os problemas de segurança no terminal, baseado nas denúncias que chegam dos trabalhadores, e esta é mais uma denúncia que chegou da base que necessita de uma intervenção para solução imediata, além de mudanças nos responsáveis de gestão setorial e de SMS, pois é inadmissível para uma empresa que deseja ser referência no país manter problemas de segurança operacional e de ambiência”, protesta Nunes.

Imagens

Fotos obtidas pela entidade mostram alguns dos equipamentos com problemas (veja abaixo). Alguns CCMs mais novos foram comprados com sistema de inundação de CO2 dentro dos painéis elétricos, caso tenha detecção de fogo. Estes CCMs foram concebidos desta forma.  Porém, vários CCMs estão com o sistema de detecção desabilitados e os sistemas de CO2 nem possuem garrafas de CO2. Ou, quando possuem, estão vencidos.

“Se estes CCMs foram concebidos para ter este sistema de segurança não teria um motivo? Desabilitá-los com certeza eleva o nível de risco a acidente com morte”, questiona a categoria.

Ainda de acordo com os relatos dos trabalhadores, o caso do CCM520 é mais grave. Ele é antigo e é responsável por alimentar o sistema de bombeio de petróleo como também parte do CIC/ADM.  Alguns operadores chegam a ter medo em fazer operação neste CCM por causa da falta de segurança operacional.

“Tivemos vários acidentes dentro deste CCM, como queimaduras de mãos e rosto por exemplo.  E não foi em período de manutenção, e sim em rotinas operacionais”, denunciam.

Além do sistema de fogo e gás desabilitados, e do sistema de CO2 inoperante, a maioria dos CCMs ainda possuem problemas no sistema de pressurização interna. São filtros de ar com problemas, ventiladores inoperantes, ar condicionado que pegou fogo há alguns anos e que ainda não foi consertado, e o outro não consegue operar em 100% de capacidade por falta de manutenção, denunciam os petroleiros da base.

Em um dos Centros de Comando, o reboco do teto está caindo por problema de infiltração. Os trabalhadores do setor estão cobrindo painéis elétricos com sacos plásticos quando chove.

Outro problema ocorre no sistema de dilúvio dos transformadores que alimentam subestações de grande importância. Eles estão com a linha de água de incêndio bloqueada, o que torna o sistema inoperante, sem que haja nenhuma proteção remota.

 

Sistemas de ar comprimido

A base de Cabiúnas tem ainda problemas nos sistemas de ar comprido, que alimentam tanto o sistema pneumático das válvulas de processo como também de segurança.  A área da Ecomp 2, que possui seis turbinas a gás, responsáveis para exportação de gás para o GasducIII (Região Sudeste) e Gascav (Região de vitória e nordeste), está com o sistema de secadoras de ar inoperante. 

“Mesmo com a implantação de rotinas operacionais de drenagem manuais, o ar ainda chega muito úmido, isto quando não acumula nas partes mais baixas, podendo provocar problemas no sistema pneumático das válvulas e, por consequência, aumentando o risco de algum acidente”, explicam os trabalhadores.

Os petroleiros denunciam que os compressores de ar são ineficientes por falta de manutenção, portanto não são capazes de suprir o sistema, causando perda de pressão. “Alguns até entraram em manutenção, porém grande parte voltou a dar problema. Quando isto ocorre, como medida extrema, é feito o by-pass das secadoras por adsorção para aumentar a pressão do ar comprimido, porém, sem secadora, o ar úmido vai direto para o sistema, tornando este vulnerável”, afirmam.

A Transpetro adotou uma forma provisória de lidar com o problema, alugando um compressor de ar com motor a diesel que, na prática, se tornou parte do sistema, pois a locação se arrasta há vários anos.

“Este equipamento mantém um consumo absurdo de combustível. O valor que já foi pago pelo contrato de aluguel, bem como o consumo indiscriminado de combustível com este compressor, seria suficiente para comprar vários compressores novos”, protestam.

O Sindipetro-NF exige soluções imediatas para os problemas apontados pelos trabalhadores. A entidade vai encaminhar as denúncias à empresa e reivindica uma resposta formal sobre as providências adotadas em relação a estes temas.

Fonte: Sindipetro-NF