Caravanas de petroleiros se manifestam em frente ao hotel que sedia a 11ª Rodada

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FUP,  por Caroline Cavassa

Enquanto a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o Ministério das Minas e Energia (MME) comemoraram na imprensa burguesa a realização do mega leilão que entregará às empresas privadas reservas de mais de 35 bilhões de barris de petróleo, a FUP, seus sindicatos e demais movimentos sociais comprometidos com a soberania nacional realizaram uma grande manifestação no Rio de Janeiro.

Caravanas com petroleiros de São Paulo, Norte Fluminense, Duque de Caxias, Minas Gerais e Espírito Santo, ocuparam a entrada do Hotel Royal, em São Conrado, durante toda a manhã, onde a ANP realizou a 11ª Rodada, que privatizará áreas exploratórias de petróleo equivalentes ao tamanho do estado do Ceará, com a participação recorde de empresas ávidas por abocanhar uma fortuna calculada em mais de US$ 1 trilhão.

Juntos, cerca de 400 pessoas, entre trabalhadores do campo e da cidade, representantes da CUT, CTB, CGTB, MAB, MST, militantes de movimentos sociais e estudantis protestaram e evocaram palavras de ordem contra os leilões: “Se o campo e a cidade se unirem, a burguesia não vai resistir”.

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O petroleiro Roni Anderson, da direção da CUT Nacional e do Sindipetro-PR/SC, informou que a questão dos leilões de petróleo era um dos principais pontos da pauta das centrais sindicais na reunião agendada com o governo para esta terça-feira. “Nosso desafio é garantir que todo o petróleo brasileiro esteja a serviço do povo brasileiro. Temos que avançar nesse debate, assim como conseguimos em relação ao pré-sal, ao garantir a Petrobrás como operadora única”, destacou Roni.

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O presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, reafirmou que a central apóia e sempre apoiará a luta dos petroleiros e da sociedade brasileira em defesa do petróleo brasileiro. “Nós da CUT,  junto às entidades de classe, mandamos um recado para o governo: chega de leilão, nós exigimos a soberania do petróleo. Não permitiremos que a nossa riqueza seja entregue às multinacionais e ao Eike Batista”.

O secretário geral daCTB-RJ, Ronaldo Leite, afirmou que a questão do petróleo não é uma luta apenas dos petroleiros, mas de todos os trabalhadores. “É por isso que estamos aqui”, ressaltou o sindicalista.

Os representantes dos movimentos estudantis de vários estados, que tiveram grande participação no ato, também deixaram seus recados aos privatistas. “Os movimentos sociais estão aqui hoje para dizer a esta meia dúzia de entreguistas que estão neste hotel, que não deixaremos o nosso petróleo ser entregue ao imperialismo norte americano”, afirmou Gladson Reis, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).

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Para o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Yuri Pires, em defesa do petróleo, os movimentos ocuparão quantos ministérios forem precisos. “Hoje eles pensam que vão cometer um grande crime contra o povo brasileiro, impunimente, como na era FHC, mas não lembram que os estudantes e movimentos sociais são capazes de defender a sua pátria, indo às ruas, assim como há muitos anos atrás, na campanha “O Petróleo é Nosso”. Indo às ruas, podemos impedir que as riquezas oriundas do petróleo sejam entregues de bandeja, ao invés de serem investidas na educação do povo brasileiro”, relembrou o estudante.

No carro de som, o coordenador da FUP, João Antonio de Moraes, citou as manifestações contra a 11ª Rodada, realizadas desde a última semana, em diversos estados do Brasil. “Ontem no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, ocupamos o lugar onde fica a gestão dessa política de exportação do nosso petróleo, para que eles fiquem cientes de que se o Brasil colocar este recurso a disposição dos impérios norte americanos ou, de qualquer outro continente, não haverá petróleo para as nossas gerações futuras”. Moraes também ressaltou que o Brasil é um país com 200 milhões de habitantes e, por isso, não é possível permitir que a política de exportação de petróleo seja como de países pequenos, que podem faze-lo, sem prejudicar a sua soberania. “Não temos dúvidas que para reverter esta situação, é preciso força e mobilização, vide a campanha “O Petróleo é Nosso”, na época da criação da Petrobrás”, enfatizou.

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Diretores dos sindicatos da FUP também deram suas palavras de ordem durante a manifestação. A diretora do Sindipetro Unificado de São Paulo, Cibele, afirmou que a mídia vem manchando a imagem da Petrobrás, para justificar a realização dos leilões de petróleo.  “Desde o início do ano, vemos a imprensa brasileira insistindo na quedra do lucro da empresa e querendo convencer a sociedade de que os leilões são necessários para “salvar” a companhia. Hoje é o dia de mostramos à população que isso tudo é mentira, falácia, de quem defende a privatização e o entreguismo das nossas riquezas. Para continuar crescendo, a Petrobrás precisa ser 100% estatal e de mais investimento em sua força de trabalho”.

O diretor da FUP e coordenador Sindipetro-ES, Hoffman, afirmou que nesta jornada de lutas, é muito importante ter a presença de várias gerações que estão representando o povo brasileiro, que é contra esta entrega imoral do nosso petróleo. “Não podemos entregar a nossa maior riqueza, que é o outro negro”.

Representando o Sindipetro-CE, o diretor Marcondes também protestou contra o entreguismo do petróleo brasileiro. “No Ceará, esperamos dez anos para que a Petrobrás explorasse algum poço de petróleo. Hoje, depois de muito investimento, a região tem um grande investimento. Por isso, estamos aqui para deixar claro que não permitiremos retrocesso em nenhum estado do nosso país”, ressaltou.

O diretor da FUP, coordenador geral do Sindipetro NF e representante dos trabalhadores no C.A da Petrobrás, José Maria Rangel, afirmou que os petroleiros e  todas as categorias de trabalhadores do Brasil tem uma tarefa árdua, que é sensibilizar a população brasileira sobre a importância da soberania nacional do petróleo. “Temos que tornar esta luta, daqui pra frente, um trabalhado de conscientização diário. Há meses atrás, no Rio de Janeiro, a população foi às ruas, para protestar contra a nova redistribuição dos royalties do petróleo, sem ao menos saber o que realmente estava por trás disso e que foram usados como massa de manobra de diversos assaltantes de cofres públicos. Sendo assim, temos o dever de conscientiza-los que os leilões precisam ser barrados, já!”, enfatizou o sindicalista.

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Quem representou os petroleiros de Minas Gerais, foi o coordenador do Sindipetro MG e diretor da FUP, Leopoldino Martins. O sindicalista também enfatizou que o dia de hoje é tão importante quanto a época da criação da Petrobrás, quando os movimentos sociais foram às ruas pela campanha “O Petróleo é Nosso”.  “Atualmente, o que está em jogo é a entrega de 30 bilhões de barris de petróleo, por isso, é tamanha a importância da nossa mobilização que não vai desistir de impedir esta entrega, enquanto todos os leições não forem adiados”.

O diretor da FUP e do Sindipetro-AM falou em nome dos petroleiros de Manaus. “Este é mais um ato contra a entrega do patrimônio público do Brasil. Existe uma série de alegações dos representantes do Ministério de Minas e Energia, de que os leilões servem para manter a economia nacional, mas estamos aqui para denunciar que leilão é privatização e roubo”, afirmou Caetano.

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O coordenador da FUP finalizou a participação dos petroleiros no ato, enfatizando que esta é a maior jornada de lutas contra a privatização do petróleo, organizada pela FUP e pela campanha “O petróleo tem que ser nosso”.

O representante do MAB, Leonardo, que também faz parte da plataforma operária e camponesa para a energia, falou em nome dos atingidos por barragens, afirmando que este é um ano estratégico de luta pela soberania energética e, que os trabalhadores do campo e da cidade continuarão reivindicando um projeto energético popular.

O ato foi encerrado pelo representante do MST, Durão, que também coordenou a manifestação junto aos petroleiros e representantes do Sindipetro RJ e centrais sindicais. “Nós , do Movimento dos Sem Terra, estamos juntos aos petroleiros do Brasil inteiro e, continuaremos juntos, para lutar pelo petróleo, que é nosso, assim como lutamos diariamente pela terra, que também é do povo brasileiro.