O processo de capitalização da Petrobrás significará a captação de R$ 120,360 bilhões, o que, segundo o ministro Guido Mantega, elevará o valor de mercado da empresa para US$ 220 bilhões. É a maior oferta pública de ações de todos os tempos. Uma operação que fortalecerá a Petrobrás, transformando-a na segunda maior petrolífera do mundo, atrás somente da norte-americana Exxon Mobil. Não muito tempo atrás, no final do governo FHC/Serra, após sofrer diversas tentativas de privatização, o valor de mercado da empresa era de US$ 15 bilhões. Oito anos depois, a Petrobrás vale 15 vezes mais o que valia no governo do PSDB e DEM!
Além de recordes e números grandiosos, que muito orgulham os petroleiros e o povo brasileiro, o processo de capitalização da Petrobrás é mais um passo significativo rumo à soberania energética do país. Segundo estimativas do ministro Mantega, o Estado aumentará de 40% para 48% sua participação no capital total da Petrobrás, o que poderá significar, também, maior controle da União sobre a empresa. Atualmente, o Estado detém 55% das ações ordinárias da Petrobrás, mas poderá garantir com a capitalização uma participação maior nestas ações que garantem poder de mando.
Ou seja, a Petrobrás, certamente, sairá da capitalização mais estatal, o que significará mais investimentos para o país e, principalmente, um controle maior do Estado sobre uma empresa tão estratégica. Se a Petrobrás já é responsável por 10% do PIB brasileiro, será ainda mais fundamental para a nação ao se tornar a operadora única do pré-sal, conforme previsto no projeto de lei do governo que estabelece o modelo de partilha. O projeto já passou pelo Senado, mas aguarda aprovação final na Câmara dos Deputados.
Nós trabalhadores temos a consciência de que o petróleo não tem segunda safra. O pré-sal, um recurso que a natureza levou 130 milhões de anos para gerar, não pode ser dilapidado, como já foram inúmeros outros recursos estratégicos do nosso país, como o ouro, o Pau Brasil e os minérios de ferro. É preciso que o pré-sal traga a redenção para a imensa parcela do povo brasileiro que luta pela erradicação da miséria. A renda gerada pelo pré-sal tem que ser utilizada para acabar com a fome, melhorar a saúde e a educação, ampliar a reforma agrária e contribuir para várias outras questões sociais.
Certamente isso será muito mais difícil de fazer se este petróleo for explorado por empresas privadas internacionais, que jamais terão tal compromisso. A FUP e os movimentos sociais defendem o monopólio da União, através da Petrobrás 100% estatal e pública, como cobramos no projeto de lei 531/09 que está em tramitação no Senado. Nós, petroleiros, sofremos diretamente com os ataques dos governos neoliberais contra a Petrobrás, através do sucateamento e das diversas tentativas de privatização da empresa, como entregas de ativos, grandes acidentes, esvaziamento econômico, a mal fadada mudança de identidade para Petrobrax, entre outras atrocidades. Por tudo isso, reconhecemos e festejamos o processo de fortalecimento da Petrobrás, que não seria possível, não fossem a luta e a resistência do povo brasileiro e dos petroleiros, que, com o seu trabalho e a defesa diária da soberania nacional, são os grandes protagonistas deste momento histórico que vive esta que sempre foi e será cada vez mais a maior empresa do país.