Campanha reivindicatória na Petrobrás: trabalhadores iniciam paralisações

Mobilizações, paralelamente à continuidade do processo de negociação. Essa foi a decisão do Conselho Deliberativo…

Imprensa da FUP

Mobilizações, paralelamente à continuidade do processo de negociação. Essa foi a decisão do Conselho Deliberativo da FUP, que rejeitou a proposta apresentada pela Petrobrás, reafirmando que, com punição, não tem acordo. As representações sindicais apontaram que a empresa tem condições financeiras e políticas para atender as principais reivindicações dos trabalhadores. Para isso, é imprescindível que a categoria esteja mobilizada.

É a disposição de luta que dará o tom desta campanha. Os trabalhadores do Banco do Brasil conquistaram 9,18% de reajuste, após 15 dias de greve. Nos Correios, foram precisos nove dias de greve para garantir um acordo de 9%. Na Petrobrás, não será diferente. Para arrancar da empresa avanços na negociação, é preciso intensificar as mobilizações. O Conselho Deliberativo discutiu novas formas de paralisações e greves e recomendou que os sindicatos priorizem esse debate regionalmente com os trabalhadores. No dia 17, a categoria dará continuidade às paralisações nos turnos, em função do feriado nacional do dia 12, intensificando a luta pelo pagamento do extraturno (dobradinha).
 
DNA petroleiro é de luta!
 
Os petroleiros sabem muito bem que para conquistar é preciso conjugar na prática o verbo lutar. A categoria tem sido forjada por lutas que vêm de muitos anos. Lutar para acabar com as arbitrariedades das gerências. Lutar por direitos iguais para todos. Lutar contra a precarização do trabalho. Lutar por segurança. Lutar por justiça social. Lutar por soberania.
 
A luta está no DNA dos petroleiros e petroleiras, que têm feito da Petrobrás a “maior empresa operadora de águas profundas do mundo”, como frisou o presidente José Sérgio Gabrielli, na audiência que participou na Câmara, no último dia 06, destacando os números grandiosos da companhia. No entanto, a mesma Petrobrás que ostenta recordes e títulos internacionais não é capaz de respeitar o seu maior patrimônio, que são os trabalhadores. A Petrobrás que orgulha a nação é a mesma que rasga códigos de ética, pune e persegue trabalhadores, perpetua a política da insegurança, tapa os olhos para a precarização das condições de trabalho dos terceirizados.
 
Essa é a Petrobrás do dia-a-dia dos trabalhadores. A Petrobrás das plataformas, refinarias, terminais e escritórios, onde quem manda são gestores sem o menor compromisso com o papel histórico que a estatal cumpre no atual momento do país e que jamais seria possível, não fosse a organização e luta dos trabalhadores. Os mesmos gestores que no passado tentaram privatizar a Petrobrás continuam reproduzindo práticas antissindicais, que estão na contramão da conjuntura política que a empresa e o país atravessam.
 
Portanto, é na luta que vamos reverter as punições, restabelecer direitos usurpados (dobradinha/extraturno), garantir condições decentes de trabalho para os terceirizados e avançar no fortalecimento das Cipas, comissões locais de SMS e outras organizações essenciais para a democratização das relações de trabalho.