O resultado expressivo das assembléias foi uma resposta veemente dos petroleiros à provocação da Petrobrás…
Imprensa da FUP
As assembléias rejeitaram por mais de 90% dos votos a contraposta apresentada pela Petrobrás. Os trabalhadores reafirmaram que não há acordo com punição e que a empresa tem plenas condições de atender os principais pleitos da categoria, principalmente as reivindicações sociais. O resultado expressivo das assembléias foi uma resposta veemente dos petroleiros à provocação da Petrobrás, que tem se negado a avançar nas negociações, tentando reduzir a campanha reivindicatória às questões salariais.
As paralisações que nas últimas semanas tomaram de surpresa várias unidades do Sistema Petrobrás também apontaram para a direção da empresa que os trabalhadores estão organizados e dispostos a buscar na luta um acordo com avanços nas condições de trabalho, segurança e benefícios.
No dia 27, mais de três mil trabalhadores do Espírito Santo, próprios e terceirizados, pararam suas atividades em Caçimbas, principal pólo produtor de gás do Sudeste. A paralisação surpresa interrompeu por mais de quatro horas a operação da UPGN e por 24 horas as demais atividades do pólo. Na Bahia, os petroleiros realizaram mobilizações consecutivas nos dias 26, 27 e 28, atrasando a entrada do expediente na Rlam, Fafen, Transpetro, Biodiesel, Pituba e áreas de E&P. No Paraná, os trabalhadores da Repar também realizaram uma paralisação surpresa no dia 26, dando sequência à mobilização iniciada no dia 23 nos terminais de Santa Catarina.
O fator surpresa, estratégia que está sendo testada pelos sindicatos nessas mobilizações, foi bastante discutido pelos trabalhadores nos seminários de qualificação de greve, realizados em todas as bases da FUP. Esta forma de movimento teve início no dia 17, na Bacia de Campos, refinarias e terminais, reforçando a luta pelo restabelecimento do extraturno (dobradinha). As mobilizações continuaram na semana seguinte, envolvendo trabalhadores da Reduc, Replan, Regap, Terminal de Suape (PE), áreas de E&P do Rio Grande do Norte, entre outras bases.
Conselho Deliberativo
Na quarta (04) e quinta-feira (05), os representantes dos sindicatos discutirão com a direção da FUP, no Conselho Deliberativo, os próximos encaminhamentos em relação à campanha reivindicatória, inclusive, a possibilidade de uma greve nacional, caso a Petrobrás não atenda as principais reivindicações da categoria. A reunião será em Brasília, logo após a audiência pública no Senado, que debaterá a proposta dos movimentos sociais para a nova lei do petróleo.