Campanha chama atenção para os prejuízos da saída da Petrobrás do RS

A campanha “Petrobrás Fica no RS” ganhou mais visibilidade com outdoors digitais em pontos estratégicos de Porto Alegre. A ação é promovida pelo Sindipetro-RS para alertar sobre os impactos que a população terá com a venda das unidades do Sistema Petrobrás no estado

[Da imprensa do Sindipetro-RS]

O Sindipetro-RS iniciou, na semana passada, mais uma fase da campanha “Petrobrás Fica no RS”. Foram colocados outdoor digitais em pontos estratégicos da cidade, com frases relacionando situações como emprego, arrecadação, crescimento, com a permanência da Petrobrás no RS. A iniciativa propõe um diálogo com a população, chamando a atenção para áreas que serão afetadas caso a Refap, os terminais e a UTE venham a ser vendidos.

GREVE ALERTOU PARA O PROBLEMA

Desde fevereiro, com a greve de 23 dias que paralisou 121 unidades da empresa, os petroleiros têm conseguido estabelecer um debate sobre a privatização da Petrobrás. O movimento pautou por dias a mídia em todo o país e rendeu importantes espaços para os trabalhadores colocarem sua visão sobre o esquartejamento que vem sendo promovido pelo governo e pela gestão da Petrobrás e os prejuízos para os estados e cidades onde ela está presente.

A campanha contra a saída da Petrobrás da RS foi lançada oficialmente no dia 3 de setembro, com uma audiência pública virtual promovida pela Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Petrobrás e a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás no RS. A iniciativa teve o apoio do  Sindipetro-RS, da FUP, CUT e demais centrais sindicais e sindicatos de outras categorias.

Na essência a campanha tem o objetivo de denunciar a privatização de oito das 13 refinarias da estatal, bem como a falta de transparência com que vem sendo desmontada a empresa e o quanto isso ameaça o futuro do Brasil.

O POVO NÃO QUER AS PRIVATIZAÇÕES

A campanha está em consonância com a vontade da população brasileira. Pesquisas  realizadas desde 2018 dão conta que dois em cada três brasileiros são contrários a qualquer tipo de privatização. Esta contrariedade é ainda maior quando se trata da Petrobrás.

Mesmo sabendo disso, Bolsonaro governa contra o povo. Já foram realizados 51 leilões desde o início do mandato e há uma lista com mais de 100 ativos que ele pretende vender por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), entregando todas as empresas estatais e riquezas do Brasil ao capital privado, em negócios que representam verdadeiros crimes de lesa pátria.

RETROCESSO DE DÉCADAS

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os investimentos da Petrobrás em 2003 eram de 6 bilhões de dólares. Foram a 48 bilhões de dólares em 2013. E, em 2019, depois de um ano do governo Bolsonaro, retrocederam para 10 bilhões de dólares. Ou seja, em todos os sentidos, a Petrobrás, em pouco tempo, está retrocedendo décadas.

Enquanto a Petrobrás retrocede, os preços avançam e o SINDIPETRO-RS tem alertado que, com a Refap privatizada, essa situação irá piorar. A privatização das refinarias (8 de um total de 13) poderá gerar elevações ainda maiores da gasolina e do diesel, fundamentais para o desenvolvimento do país, e no gás de cozinha, tão necessário aos brasileiros no seu dia a dia.

A LUTA É CONTRA TODAS AS PRIVATIZAÇÕES

A campanha do SINDIPETRO-RS foca na privatização da Petrobrás. Mas a luta contra as privatizações – seja de que empresa for – é de todos e têm que ser travada em todos os espaços. Neste sentido também é importante ficar alerta quanto a anunciada Reforma Administrativa pretendida pelo governo.

CAUTELA E CANJA DE GALINHA

Espertamente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou incluir na proposta de Reforma Administrativa dispositivo para facilitar a privatização de empresas estatais da União, Estados e Municípios. A proposta continha textos que previam a privatização de empresas de todos os entes da Federação. Esses dispositivos  foram depois retirados do texto enviado ao Congresso Nacional.

Segundo matéria do jornal O Globo, a ideia estava na versão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que Guedes enviou ao Planalto em fevereiro deste ano e que foi retirado da versão entregue ao Congresso em setembro último. Mas, vindo de onde vem, nunca é demais esperar uma artimanha qualquer para enganar a população. Como diz o velho e sábio ditado popular, “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”.