Brasil tem 28 milhões de desempregados e 63 milhões de inadimplentes

 

Em agosto, 62,9 milhões (3,63%) de brasileiros não conseguiram pagar as contas e tiveram o nome negativo. Este foi o 11º mês consecutivo de crescimento da inadimplência da série histórica, de acordo com o levantamento divulgado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (Serasa).

A pesquisa ouviu 609 consumidores que possuem contas em atraso há mais de 90 dias em todas as capitais do país, de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 3,97 pp a uma margem de confiança de 95%.

Os dados revelam que 41% da população adulta brasileira têm contas em atraso e, portanto, estão com o nome sujo. Isso significa que estão com restrições ao CPF, dificuldades para obter financiamentos ou fazer compras parceladas.

Em São Paulo, 20% das famílias estão endividadas. É o maior número de inadimplentes desde maio de 2012. Das famílias que estão no vermelho, metade já afirmou que não tem condições de pagar as contas que estão atrasadas no próximo mês.

Os principais vilões da inadimplência são a perda do emprego (37%), que chega a 38% nas classes C e D, a redução da renda (24%) e a falta de controle financeiro (12%).

Até 2014, o Brasil tinha pleno emprego

Não faz muito tempo, o Brasil vivia uma situação bem diferente da atual: a proximidade do pleno emprego. No último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2014, os trabalhadores que estavam desempregados recusam empregos apenas por causa dos salários oferecidos (abaixo das suas expectativas), pois o país vivia um período de pleno emprego.

Em dezembro de 2014, o desemprego no país chegou a 4,3%, segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE, o que representava cerca de 1 milhão de pessoas desocupadas. Tratava-se do menor patamar do desemprego desde 2002, quando a PME passou a ser feita.

Hoje, o Brasil tem o segundo pior índice de desemprego de toda a América Latina (13,1%), perdendo somente para o devastado Haiti. São oficialmente 12,9 milhões de pessoas desempregadas .

Desalento

É cada vez maior o grupo de pessoas que desistiu de buscar trabalho, gente com idade para estar no mercado, mas que perdeu a fé na possibilidade de encontrar emprego.

Eles são os desalentados, segundo o IBGE. E são muitos, somando 4,8 milhões de pessoas.

Ainda segundo o IBGE, a subutilização da força de trabalho (pessoas que estão vivendo de bicos) atingiu no 1º trimestre de 2018 cerca de 28 milhões de pessoas. Isso equivale a 24,7% da força de trabalho, taxa mais alta desde 2012.

José Maria Rangel: “Desmonte da Petrobras aumentou o desemprego “

O coordenador licenciado da FUP, José Maria Rangel, ressalta a relação direta entre o desemprego em massa e o processo de desmonte do Sistema Petrobrás. “Estão vendendo campos de petróleo, termelétricas, fábricas de fertilizantes, dutos, malhas de gás e estão acabando com o conceito da Petrobras como empresa de petróleo integrada. A Petrobras vem saindo de diversas áreas que julgamos importantes. O resultado desta política é o desemprego em massa”, destaca.

“A situação atual de nosso país é péssima. São mais de 13 milhões de pessoas desempregadas, em filas enormes à procura de qualquer atividade que possa gerar uma renda para a sua família. Somente na construção civil, o Brasil acabou com cerca de 927 mil vagas em três anos, sendo o setor que mais fechou postos de empregos formais”, lamentou José Maria Rangel.

“É preciso investimento em áreas essenciais e em empresas estratégicas, como a Petrobrás. Vamos recuperar a esperança do povo trabalhador e fazer o Brasil feliz de novo”, afirmou o petroleiro.

FUP