O Dia Nacional de Paralisações contra as reformas da Previdência e trabalhista começou com travamentos de vias, paralisações dos transportes públicos, fechamento de agências bancárias e greves de diversas categorias profissionais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. As mobilizações são organizadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Grandes atos públicos serão realizados à tarde. Em São Paulo, manifestação na Avenida Paulista terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A capital terá também manifestações públicas de professores das redes municipal e estadual. No Rio, a Candelária será o palco do ato que encerrará o dia de lutas contra a retirada de direitos movida pelo governo de Michel Temer contra os trabalhadores. Florianópolis, Porto Alegre e Vitória também estão nas ruas.
Já na madrugada desta quarta-feira (15), o transporte público mostrou a importância do setor para a classe trabalhadora e os terminais de ônibus não abriram. Em algumas capitais, os trens e metrôs também não circularam. Nas portas de fábricas, os trabalhadores cruzaram os braços.
A movimentação chamou a atenção da população que tem aderido às manifestações e declarado seu apoio nas redes sociais. Após às 12h, a hastag #GreveGeral ocupava o topo das discussões no Twitter em todo o mundo.
Em Brasília, por volta das 7h, agricultores familiares reunidos no 12º Congresso da Contag ocuparam a sede do Ministério da Fazenda. Até o fechamento desta matéria, o local ainda estava ocupado pelos manifestantes, que afirmam que se manterão no local até “quando for possível”, mas sem negociar com o governo. Mais tarde, o grupo espalhou cruzes na frente do Congresso Nacional, simbolizando as pessoas que irão morrer sem se aposentar, se o governo golpista aprovar tais reformas.
Movimentos sociais e centrais sindicais consideram que a reforma acaba com a possibilidade da maior parte da população conseguir se aposentar, abrindo espaço para os bancos oferecerem planos de previdência privada. Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP), vê com otimismo a forte presença popular nos protestos. “Está caindo a ficha da população. No momento do impeachment a coisa era mais politizada, mais difícil de debater e de dialogar com a população. Nesse momento, é uma questão concreta, a população está fazendo as contas. Não é uma coisa que depende de filiação partidária, o prejuízo vai ser de todos os trabalhadores pobres”, avalia.
Lula na Paulista
Diante da repercussão e do sucesso das ações, cresce a expectativa em torno do grande ato que encerrará o “Dia Nacional de Paralisação”, na região central de São Paulo, às 17h. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença e estará no protesto ao lado do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
A presença de Lula na manifestação ocorre um dia após o ex-presidente ser escutado Justiça Federal de Brasília em audiência decorrente da Operação Lava-Jato. Durante o depoimento, o petista desafiou os que lhe acusam a apresentar provas que o incriminem e reafirmou sua inocência.
Fonte: CUT e Rede Brasil Atual