[Por Rosangela Buzanelli, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração (CA) da Petrobrás]
Em meio à infindável crise dos preços dos combustíveis que esfola o povo brasileiro com crescentes aumentos, Bolsonaro toma outra atitude covarde e ineficaz: troca o presidente da Petrobrás.
Digo covarde e ineficaz no sentido de resolver a questão dos altíssimos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, que prejudicam o brasileiro e elevam ainda mais a inflação, que corrói os parcos salários de quem ainda tem emprego.
Mas é uma atitude extremamente eficaz para, mais uma vez, ludibriar seus eleitores e a população em geral, pois Bolsonaro passa a falsa ilusão de que discorda dos altos preços dos combustíveis e gás de cozinha e que resolverá o problema com mais uma troca de presidente da Petrobrás.
O que de fato resolverá os altíssimos preços dos derivados é realmente a troca de presidente, mas não o da Petrobrás, e sim o da República. E isso, somente cada um de nós pode fazer através do voto, na primavera que inexoravelmente se aproxima.
Bolsonaro não tem políticas públicas. Seu projeto de governo declarado desde sempre é o de destruição de todas as conquistas brasileiras: trabalhistas, sociais desenvolvimentistas, educacionais, científicas, etc, etc, etc… E, nesse sentido, destruir a Petrobrás é imperativo.
Nomeia então, para sua presidência, o cidadão conhecido como o mais notório lobista das empresas privadas de energia e petróleo, um dos mais perseverantes adversários da Petrobrás: Adriano Pires.
Com vasto currículo e inumeráveis declarações contra a empresa, Adriano Pires foi vetado em 2018 pelo TCU para ocupar cargo de conselheiro do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), exatamente por ser defensor e oriundo do setor privado, o que caracterizava conflito de interesses, potencialmente desfavorável ao interesse público.
Apenas para concentrar na troca de presidente da Petrobrás, essa ação definitivamente não resolverá os anseios da sociedade brasileira por preços justos dos derivados. Ao contrário, acentuará a atual política governamental de dolarização dos preços, com a aceleração das privatizações.
Novamente, para resolver o problema dos altos preços dos combustíveis, só há uma solução:
A troca de presidente do Brasil.