Após usar R$ 3 bilhões em verbas extras para comprar votos para eleição de Arthur Lira, Bolsonaro encontrou presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco, e exigiu prioridade em lista de 26 pautas econômicas e 9 de costumes
[Por Plínio Teodoro, na Revista Forum | Foto: AFP/Sergio Lima]
Após liberar mais de R$ 3 bilhões em verbas extras para a compra de 140 votos para eleição de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e dar apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na eleição no Senado, Jair Bolsonaro (Sem partido) se reuniu com ambos para cobrar a fatura e entregou uma lista de 35 prioridades do governo para entrar na pauta do legislativo.
O pacote de maldades de Bolsonaro inclui, além da votação das reformas administrativa e tributária, prevê uma estratégia para pautar até março a Lei Orçamentária Anual (LOA) e o projeto de privatização da Petrobras.
Na pauta dos costumes, Bolsonaro exigiu dos novos presidentes da Câmara e do Senado a liberação da posse e ampliação do direito a armas de fogo, além de mudanças para facilitar a convocação de militares para atuar em situação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) – o que pode ser usado para reprimir quaisquer atos contra o governo.
Ainda em relação às pautas conservadoras, o presidente quer a revisão da Lei de Drogas e mudanças no estatuto do índio em relação ao infanticídio.
Pacto neoliberal
O pacto neoliberal, para tratorar pautas de interesse do ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi detalhado ponto a ponto.
Além das reformas e da privatização da Eletrobras, o governo quer prioridade na autonomia do Banco Central, mudança no regime de partilha do petróleo – que vai favorecer as grandes petrolíferas transnacionais -, além de afrouxamento das regras para projetos de licenciamento ambiental, para concessões de florestas, mineração em terras indígenas e regularização de terras griladas.
No total, são 26 pautas ligadas à área econômica e nove relacionadas ao conservadorismo.