Nesta sexta-feira, 27, dia de Black Friday, trabalhadores em diversas partes do mundo chamam atenção para o descaso com as leis trabalhistas por parte da poderosa Amazon. A empresa, uma das maiores em comércio eletrônico, também tem desrespeitado medidas de proteção contra a Covid-19 nos centros de distribuição, segundo denúncias.
O protesto global marcado tem como slogan “Faça a Amazon pagar”, o intuito é mostrar aos consumidores que a empresa paga muito mal seus trabalhadores, além de não garantir direitos nem condições dignas de trabalho. A corporação é comandada pela pessoa mais rica do mundo, o CEO Jeff Bezos, que durante a pandemia se tornou a primeira pessoa na história a acumular US$ 200 bilhões em riqueza pessoal.
De acordo com a IndustriALL Global Union, uma das entidades organizadoras do protesto, ao mesmo tempo em que trabalhadores dos centros de distribuição da Amazon arriscam suas vidas em troca de um salário injusto, a empresa aumenta seu impacto ambiental em mais de dois terços em todos os países do mundo e paga praticamente 0% de impostos em muitos deles.
“Nossa luta histórica sempre foi em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra qualquer tipo de exploração e esse modelo adotado pela Amazon aprofunda a exploração do trabalhador. Por isso, todo nosso apoio a esse protesto e à busca por condições dignas de trabalho!”, declarou o diretor do Sindicato e presidente da IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva.
Nesta #BlackFriday2020, a FUP, junto à IndustriAll Brasil, se solidariza com os trabalhadores da @amazonBR, aqui e em todos os demais países onde a empresa atua, em apoio ao dia global de luta contra a precarização.
? Veja o vídeo legendado com a convocatória #MakeAmazonPay https://t.co/hM7vwtezRz— Federação Única dos Petroleiros (@FUP_Brasil) November 27, 2020
Principais reivindicações dos trabalhadores
• Aumento de salários, incluindo o pagamento de periculosidade e de prêmio por horários de pico;
• Tempo de pausa adequado para garantir um trabalho seguro;
• suspensão do severo regime de produtividade e vigilância;
• Permissão para que os trabalhadores em instalações sem representação local elejam independentemente comissões de saúde e segurança;
• Protocolo da corporação para rastreamento e relatório de casos da Covid-19;
• Fim de todas as formas de emprego informal;
• Acabar com a perseguição a sindicatos, respeitando o direito dos trabalhadores de se organizarem;
• Compromisso de zero emissão de carbono até 2030;
• Fim patrocínio de lobistas e políticos negacionistas das alterações climáticas;
• Pagamento integral dos impostos nos países onde ocorre a atividade econômica real, pondo fim ao abuso fiscal através da transferência de lucros, das brechas e do uso de paraísos fiscais;
• Acabar com as parcerias com as forças policiais que são institucionalmente racistas;
• Cessar práticas comerciais anticompetitivas que levam à monopolização;
• Garantir transparência sobre a privacidade e o uso de dados dos consumidores.
Como participar do protesto
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3. Use as hashtags #MakeAmazonPay e #OrganizeAmazon
[Com informações da IndustriAll Brasil e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC]