A direção da BJ/Baker quer virar no tapetão a negociação do Acordo Coletivo dos trabalhadores, que já se arrasta desde o ano passado. Após ter se comprometido a minimizar as perdas salariais, aceitando conceder um reajuste de 5% este ano e manter os 7,5% que propôs para 2016, a empresa voltou atrás e ameaça judicializar o processo, recorrendo ao dissídio.
Além da má fé negocial dos gestores, a atitude da BJ/Baker é uma afronta aos trabalhadores, que estão desde maio de 2016 (data base da categoria) acumulando perdas salariais. Nem a inflação do ano passado (9,30%), a empresa aceitou repor, mantendo-se irredutível em sua proposta de 7,5%. Após uma série de negociações e mobilizações, a FUP e seus sindicatos conseguiram que a multinacional garantisse para 2017 um reajuste total de 5%.
Nesta quinta-feira, 01/06, no entanto, em reunião com as representações sindicais, a BJ Baker voltou atrás do que havia garantido e abandonou a mesa de negociação, ameaçando propor dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Vale lembrar que o reajuste conquistado foi, inclusive, comunicado pela própria empresa aos seus trabalhadores.
“Após análise por parte da empresa, não conseguimos chegar ao número solicitado pelo Sindipetro/FUP para o período 2017/2018, mas propusemos garantir a inflação projetada para Maio/17 (4,5%), mais 0,5% (com teto de 5% total) para salários até R$ 8.000,00 e valor fixo para faixas acima deste salário. Este reajuste é extensivo também aos benefícios para toda a população de funcionários. Caso a inflação seja maior ou igual a 5%, a empresa se compromete, desde já, a negociar novo índice com o Sindicato”, informou a BJ/Baker em comunicação interna, divulgada em fevereiro aos trabalhadores.
É, portanto, inadmissível essa postura da empresa, após arrastar por um ano o processo de negociação com as representações sindicais, enganando e impondo aos trabalhadores perdas cada vez maiores. A FUP e seus sindicatos buscarão todos os meios necessários para evitar retrocessos e prejuízos maiores para a categoria.
FUP