Base sindical no ABC já supera 100 mil, a maior em 15 anos

Com quase 75 mil filiados, um dos mais altos índices de sindicalização do país, o sindicato…








Valor Econômico

 

O ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT) – assassinado em 2002 – afirmava que era "impossível falar da história do ABC sem citar o movimento sindical". Compreendendo São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o sindicato dos metalúrgicos do ABC responde hoje por mais de 100 mil trabalhadores. Com quase 75 mil filiados, um dos mais altos índices de sindicalização do país, o sindicato surfa na expansão recente da indústria automobilística, um dos setores incentivados pelo governo na política anticrise.

 

A base de 100 mil metalúrgicos (que não inclui os trabalhadores do setor em Santo André e São Caetano, respectivamente o A e o C de ABC) foi atingida em junho, e recuperou o patamar de 2008, até então o maior da década. Com produção e vendas em alta, as condições para o emprego no setor, avalia Sergio Nobre, presidente do sindicato, "são as melhores possíveis." No primeiro semestre deste ano, foram produzidos 1,753 milhão de veículos no país – recorde histórico.

 

Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), os metalúrgicos do ABC têm os maiores salários da categoria no Brasil – R$ 3,43 mil, em média, contra R$ 3,29 mil, dos metalúrgicos de São José dos Campos, o segundo maior. Em Catalão (GO), o menor do país, o salário médio é de R$ 1,23 mil.

 

A situação, contudo, não foi sempre assim. Se os atuais 100 mil metalúrgicos do ABC representam a base mais ampla dos últimos dez anos, em 2003, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a base na região era de 77,4 mil, o pior resultado desde os anos 70.

 

Desde 1978, quando o sindicato, então presidido por Lula, realizou sua primeira greve desde o golpe que instaurou a ditadura militar em 1964, todo um arco de entidades foi criado e implementado para fortalecer suas lutas. O sindicato é filiado à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM), que está ligada à Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM).

 

As três organizações são sócias da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa mais de 7 milhões de trabalhadores no país. Desde 2008, a CUT recebeu mais de R$ 50 milhões do governo por meio da contribuição sindical, cobrada de todos os trabalhadores de carteira assinada – desde 1989, no entanto, o sindicato do ABC devolve o dinheiro ao Estado.

 

Dos 159,2 mil metalúrgicos na região em 1989, os quatro municípios do ABC viram sua base regredir pelos quatro anos seguintes, voltando a apresentar crescimento no biênio 1994-95, inflado pelo Plano Real, que derrubou a hiperinflação. No entanto, o resultado de então, 110,2 mil na base, nunca mais seria alcançado. Se repetir o ritmo dos anos de forte crescimento (2006 a 2008), a base do ABC retoma o patamar de 1995 em 2012.

 

O ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT) – assassinado em 2002 – afirmava que era "impossível falar da história do ABC sem citar o movimento sindical". Compreendendo São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, o sindicato dos metalúrgicos do ABC responde hoje por mais de 100 mil trabalhadores. Com quase 75 mil filiados, um dos mais altos índices de sindicalização do país, o sindicato surfa na expansão recente da indústria automobilística, um dos setores incentivados pelo governo na política anticrise.

 

A base de 100 mil metalúrgicos (que não inclui os trabalhadores do setor em Santo André e São Caetano, respectivamente o A e o C de ABC) foi atingida em junho, e recuperou o patamar de 2008, até então o maior da década. Com produção e vendas em alta, as condições para o emprego no setor, avalia Sergio Nobre, presidente do sindicato, "são as melhores possíveis." No primeiro semestre deste ano, foram produzidos 1,753 milhão de veículos no país – recorde histórico.

 

Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), os metalúrgicos do ABC têm os maiores salários da categoria no Brasil – R$ 3,43 mil, em média, contra R$ 3,29 mil, dos metalúrgicos de São José dos Campos, o segundo maior. Em Catalão (GO), o menor do país, o salário médio é de R$ 1,23 mil.

 

A situação, contudo, não foi sempre assim. Se os atuais 100 mil metalúrgicos do ABC representam a base mais ampla dos últimos dez anos, em 2003, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a base na região era de 77,4 mil, o pior resultado desde os anos 70.

 

Desde 1978, quando o sindicato, então presidido por Lula, realizou sua primeira greve desde o golpe que instaurou a ditadura militar em 1964, todo um arco de entidades foi criado e implementado para fortalecer suas lutas. O sindicato é filiado à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM), que está ligada à Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM).

 

As três organizações são sócias da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que representa mais de 7 milhões de trabalhadores no país. Desde 2008, a CUT recebeu mais de R$ 50 milhões do governo por meio da contribuição sindical, cobrada de todos os trabalhadores de carteira assinada – desde 1989, no entanto, o sindicato do ABC devolve o dinheiro ao Estado.

 

Dos 159,2 mil metalúrgicos na região em 1989, os quatro municípios do ABC viram sua base regredir pelos quatro anos seguintes, voltando a apresentar crescimento no biênio 1994-95, inflado pelo Plano Real, que derrubou a hiperinflação. No entanto, o resultado de então, 110,2 mil na base, nunca mais seria alcançado. Se repetir o ritmo dos anos de forte crescimento (2006 a 2008), a base do ABC retoma o patamar de 1995 em 2012.