Banco Central volta a elevar taxa de juros e centrais repudiam decisão

Mais uma vez, o Comitê cedeu à pressão do mercado financeiro e aumentou a Selic para 12,25% ao ano…





 

Imprensa da FUP com informações da CUT e Portal Vermelho

Nesta quarta-feira, 08, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a se reunir para decidir sobre a taxa básica de juros (Selic). Mais uma vez, o Comitê cedeu à pressão do mercado financeiro e aumentou a Selic para 12,25% ao ano. Este índice será mantido até a próxima reunião dos diretores do BC, que será nos dias 19 e 20 de julho. 

Neste ano, esta foi a quarta reunião do Copom. Em todas as discussões, a Selic foi elevada em um total de 1,5 ponto percentual ao ano. Em 2010, a taxa fechou em 10,75% anuais. 

Os aumentos continuados da taxa de juros demonstram a persistência de uma visão conservadora nas autoridades monetárias do país e sua propensão a rezar pela cartilha do capital financeiro, em detrimento da produção, dos trabalhadores e do desenvolvimento nacional.

CUT repudia decisão do Copom

Em nota publicada ontem, o presidente da CUT, Artur Henrique diz que a decisão do Copom de elevar a taxa Selic em 0,25% é lamentável. Todos os indicadores mostram que a inflação está sob controle, a despeito do catastrofismo de parte da imprensa, inflada pelos únicos interessados na alta da taxa, que são os banqueiros e os ricos que têm aplicações financeiras nos papéis da dívida pública.

Estamos aqui tratando de algo muito mais complexo do que decisões técnicas ou “expectativas” de mercado. Falamos de emprego, de salário, de políticas públicas e sociais – todos duramente golpeados a cada aumento da Selic.

Falamos também de uma promessa de campanha do atual governo federal, a de que trará a taxa básica de juros a um patamar decente.

CTB afirma que aumento é incompreensível

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB classifica como “incompreensível” o novo aumento da taxa de juros. Para a CTB, mais uma vez o Banco Central age em desacordo com as atuais demandas econômicas da nação, contrariando o que defendem as centrais sindicais, a indústria e os movimentos sociais do país.

Este já o quarto aumento seguido da Selic – todos eles durante o governo Dilma. Dessa forma, o Brasil segue com o vergonhoso título de país com a maior taxa de juros real do planeta. Juros altos significam menos empregos, menos investimentos e risco de estagnação. Para a CTB, a medida é um retrocesso que coloca em risco o crescimento vislumbrado para 2011 e os próximos anos.

As centrais sindicais, quando apoiaram a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência, apostavam que ela conduziria a política econômica do país de forma mais progressista – algo que até o momento não foi colocado em prática. Juros altos e outros agrados ao sistema financeiro do país faziam parte do projeto derrotado nas eleições passadas.